O mês era novembro. O relógio marcava 08h. No 11º andar de uma faculdade em São Paulo, em uma sala com cerca de 100 candidatos, começavam os três meses mais angustiantes da minha vida: minha primeira prova de residência médica! Esse era o momento de concluir uma fase muito difícil e, certamente, muito angustiante da minha vida.
Durante um ano — e em muitos casos 2 —, há um preparo intenso para o desafio que é a primeira prova de residência médica. Muitas apostilas são lidas, questões realizadas e cadernos revisados. Além disso, abdica-se de muita coisa em prol de um único objetivo.
Com a proximidade dos concursos muita expectativa é gerada quanto à chance de seu sucesso, seja por familiares, amigos de faculdade ou por você mesmo. E o que acontece quando você não cumpre com essas expectativas?
É disso que vamos falar hoje: das lições que você pode tirar após realizar sua primeira prova de residência médica. Bora lá?
Em uma cadeira na primeira fileira ao lado da parede, eu tinha quatro horas para realizar 100 questões. E por mais que me julgasse preparado, a verdade é que quando estamos diante da avaliação, tudo se torna mais difícil. Isto é, as dúvidas são maiores e o medo de errar aumenta.
Na medida em que eu fazia questões de Clínica Médica, Cirurgia Geral e Ginecologia/Obstetrícia, tive a certeza de que fazer uma prova de residência médica no conforto de casa é bem diferente de quando é pra valer.
Diante das questões de Preventiva, percebi que cometi um dos erros mais frequentes entre a maioria dos candidatos: não ter estudado especificamente os assuntos mais cobrados pela banca da instituição, o que me fez perder pontos preciosos. E custou caro.
Por fim, após terminar as questões de Pediatria, ainda tive tempo para revisar a prova e cometer mais um erro grave: as alterações de gabarito “de última hora”. Modifiquei duas respostas — para as alternativas erradas, obviamente —, fechando com chave de ferro uma manhã que eu gostaria de esquecer.
Depois da prova, o encontro com os amigos para aquela tradicional “resenha” me deixou ainda mais preocupado. E as incertezas acerca do meu desempenho só aumentaram.
No dia seguinte, o gabarito oficial foi liberado. Pensei várias vezes se corrigiria ou não a prova. Por fim, tomei coragem para ver meu desempenho.
Ao longo da correção, o resultado abaixo do esperado me fazia sentir uma avalanche de emoções. Primeiro, o medo de não ser aprovado e o que as pessoas iriam pensar sobre o meu fracasso. Segundo, a tristeza por não conseguir alcançar o meu objetivo.
E, por fim, a angústia de saber que ainda tinha três longos meses pela frente.
Sozinho no quarto de casa, chorei.
E naquele instante em que as lágrimas escorriam pelos meus olhos e a tristeza apertava o meu coração, esqueci que fiz o meu melhor. Estava derrotado antes mesmo de começar.
À noite, vivi o que talvez tenha sido o momento mais marcante do meu período de provas: recebi uma ligação dos meus pais. E apesar de tentar disfarçar, foi nítido o meu abatimento ao telefone.
Naquele momento não percebi, mas as palavras de carinho e apoio que recebi da minha família foram fundamentais para que pudesse me reerguer.
Faltavam 12 dias para a prova seguinte — a USP, o meu principal objetivo — e me dediquei como se fosse minha última chance. Estudei dia e noite com determinação e afinco. E no dia do concurso que mais desejava, tive convicção de que tudo daria certo.
Ao sair daquela prova, o que ficou foi a sensação de dever cumprido, não importando qual seria o resultado. Soube que fiz o meu melhor.
A verdade é que eu gostaria que alguém tivesse me avisado sobre o enorme desafio que teria pela frente e tudo que iria passar ao iniciar essa jornada pela primeira prova de residência médica. Certamente o caminho seria mais fácil se soubesse quais seriam os meus obstáculos.
Levando isso em consideração, separei algumas lições que tirei da minha primeira prova de residência médica. Confere aí!
Pode não parecer importante, mas acredite em mim. E se tiver dúvidas se esse conselho é realmente válido, pergunte aos seus amigos que já passaram pelas concursos de Residência.
As emoções invariavelmente surgirão durante o período de provas. Aqueles que lidam com elas da melhor forma largam na frente em busca da tão sonhada “vaga”.
Não há como te dar um passo a passo de controle de emoções, mas uma coisa que traz tranquilidade e segurança a muitos alunos é a montagem de um plano de estudos. Temos diversos posts aqui no blog sobre isso, independentemente do seu modo de estudar — online ou “no papel”. Não deixa de dar uma olhada!
Qualquer mudança de gabarito pode ser determinante para o seu nome aparecer na lista de candidatos aprovados. Mas mais do que se apoiar nessa possibilidade, é importante que você ajuste seu mindset para o sucesso!
Eu comento um pouco sobre isso no vídeo abaixo:
Também vale a pena avaliar os bloqueios mentais que estão te impedindo de ir mais longe. Por isso, sugiro que você dê uma olhada no nosso e-book gratuito Os 15 bloqueios que te impedem de ser aprovado na residência. Com ele você vai conhecer os bloqueios que atrapalham os seus estudos e te impedem de ver seu desempenho deslanchar!
Como você pôde perceber, por mais que tenha sido um momento muito difícil, a avaliação do gabarito foi fundamental para a melhora do meu desempenho nas provas seguintes.
É importante que você esteja disposto a aprender com seus erros, pois são eles que te impedem de alcançar o sucesso. Não perca tempo reforçando coisas que você já sabe, foque nas suas fraquezas!
Para isso, não tem outra: a correção de provas realizadas é uma das melhores ferramentas.
Ter fé em si mesmo é obviamente importante, mas também é essencial saber o que cai na prova de residência, e estudar as coisas que você tem mais dificuldade a fundo!
Para sua sorte, nós temos uma ou outra dica extra pra te dar sobre esse assunto.
Primeiro de tudo: a estrutura das provas de residência varia de instituição para instituição. Não tem discussão nesse ponto.
No entanto, toda prova de residência médica é composta de 5 temas centrais, trabalhados ao longo da graduação:
Claro que nem sempre fica clara essa divisão de 20% para cada grande área. Algumas questões são bastante interdisciplinares e esses limites ficam meio embaçados.
Quanto ao nível de dificuldade, é comum que sejam definidas perguntas fáceis, intermediárias e difíceis, distribuídas ao longo da prova. Geralmente, as provas têm uma duração de 4 a 6 horas.
Da segunda fase nem se fala: tem instituição que traz prova prática, outras trazem prova multimídia, outras nem trazem segunda fase no geral!
No entanto, se você não sabe como começar a se preparar para as provas, calma! Eu te dou uma dica: o Extensivo São Paulo! Nesse curso, você terá acesso a videoaulas ao vivo durante todo o ano sobre os temas que realmente caem nas principais instituições do estado, além de um app com milhares de questões comentadas e outros bônus super bacanas, como acesso ao Intensivo a partir do meio do ano. CLIQUE AQUI para saber mais e fazer sua inscrição! Vem com a Medway rumo à aprovação!
Até a próxima!
Capixaba, nascido em 90. Graduado pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e com formação em Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP) e Administração em Saúde pelo Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). Apaixonado por aprender e ensinar. Siga no Instagram: @joaovitorsfernando