Já pensou em fazer residência médica na Unicamp? Pois é, a gente sabe: quando você tá com uma residência dos sonhos em mente, cada informação é preciosa. Justamente por causa disso, no Instagram da Medway nós estamos sempre fazendo lives com relatos de várias pessoas que já passaram pelas principais instituições de São Paulo. Lá, a gente conversa com os residentes sobre o próprio programa, os hospitais, as faculdades e, é claro, todas as experiências. Dessa vez, o papo vai ajudar quem está mirando na Unicamp!
Ah, mas se você ainda não consegue assistir o vídeo todo, sem problema! A gente trouxe aqui alguns dos principais momentos dessa mesa redonda, que teve direito a muita informação e curiosidade sobre essa residência.
Mas, chega de enrolação, né? Bora lá!
É claro que não vamos começar essa conversa sem fazer as devidas apresentações. Como você já sabe, todos os participantes da mesa redonda fizeram a sua residência médica na Unicamp. Mas ainda tem bastante coisa para saber de cada um!
Vamos começar pelo João Paulo. Ele fez residência em Pediatria na Unicamp, mas se graduou na Universidade do Vale do Sapucaí, em Pouso Alegre – MG. Quando terminou a residência, seguiu para o R3 em Neonatologia, também na universidade de Campinas. E se você acha que ele largaria o osso, ainda não! Hoje o João está no mestrado por lá. É muito amor pela instituição, não é não?
Já o Octavio Santos sempre foi da casa — aliás, nasceu em Campinas e está lá até hoje. Depois da graduação em Clínica Médica, ele já emendou a especialização em Endocrinologia e trabalha na cidade até hoje.
Por último, mas não menos importante, vem o Marcos Marangoni. O Marcão é um dos professores aqui da Medway e também fez toda a sua formação na Unicamp. Além do R1 em Ginecologia e Obstetrícia, ele fez dois R4 na instituição. E não acabou não! Nosso “convidado da casa” ainda entrou pro mestrado por lá.
Fala a verdade, quem melhor pra falar sobre a residência médica na Unicamp do que esse time? Fica aí que a gente conta tudo!
Para deixar tudo certinho, vamos por etapas. Já que cada entrevistado passou por uma especialidade na Unicamp, não vai faltar variedade de informações. Então, vamos falar de uma por uma!
Por onde passam os residentes:
“A Pediatria Geral fica no HC também. Tem o pronto-socorro, que é teoricamente referenciado; mas, assim, meio que quem chegar a gente acolhe. Aí tem os ambulatórios, que são no mesmo prédio — no HC — e a enfermaria. Então é tudo no HC. Aí com a parte de Neonatologia, que é em um prédio separado, é no CAISM — no hospital da mulher —, que é independente. Aí, além do HC e do CAISM, a gente também atua nas UBSs da cidade e no Hospital de Sumaré, que tem tanto enfermaria quanto pronto-socorro, UTI e Neonatologia”.
Carga horária:
“Na Pediatria a carga horária é de 60 horas. Mas, assim, varia muito conforme o estágio. Quando tá de ambulatório é bem mais tranquilo. A dinâmica dos plantões, dá pra distribuir. A grande questão do estágio, que na Pediatria é o mais puxado, é o estágio da Neo, porque é um trabalho intenso. O R1 já chega logo dentro da sala de parto de baixo risco, então tem que dar conta de tudo. Óbvio que tem outras pessoas junto, mas os plantões noturnos, no final de semana, são bem intensos, porque daí é menos gente pra ajudar. Então é um trabalho o tempo todo (…) Depois tende a melhorar, quando vai passando R2 e R3. A carga horária acaba sendo mais ou menos a mesma, mas melhora a qualidade do plantão. Suas responsabilidades, o tanto que você tem que estar ali e tudo mais. Mas às vezes extrapola, às vezes compensa em outro estágio. Aquela coisa, né?!”.
Por onde passam os residentes:
“Você passa basicamente um mês em cada especialidade. Então tem os meses inteiros de clínica geral, mas as maiores especialidades a gente fica um mês: na Gastro, na Nefro, na Cardio, essas especialidades a gente fica um mês inteiro, tanto na parte de enfermaria quanto no ambulatório. Então eu acho bem legal, porque dá pra você ter bem uma noção do que é a prática do especialista. Tanto que eu entrei na residência para fazer Onco. Meu primeiro estágio foi onco e eu falei: ‘Não é isso aqui’. Quando chegou na Endócrino que eu vi como era o dia a dia e acabei me apaixonando, e era uma coisa que eu nem pensava antes”.
Carga horária:
“Na clínica varia bastante também dependendo do estágio que você está passando. Tem alguns estágios que são mais tranquilos, tipo de ambulatório. Por um lado são mais tranquilos porque o ambulatório acaba mais cedo, 4h ou 5h da tarde, mas esses são os estágios que a gente aproveita pra dar plantões noturnos, porque nos estágios de UTI e pronto-socorro não tem com dar plantão noturno, porque já funcionam como plantões diurnos todos os dias. Teoricamente são plantões de 12h, mas na verdade vira 14h; dependendo do empenho do residente viram 16h. Então são os meses que a gente mais fica cansado, tanto que são os meses do rodízio que são próximos das férias, pra poder descansar”.
Por onde passam os residentes:
“Tudo que é na GO na Unicamp é muito grande, muito ampliado. Então, enfermaria a gente tem 6 enfermarias para cuidar, a gente tem dezenas de ambulatórios de Gineco, de Obstetrícia. Então a gente passa por muita especialidade também, assim, a gente faz as especificidades das especialidades e dá pra ter uma boa noção de Gineco Geral, Gineco Adolescente, por exemplo. Obstetrícia de baixo risco, médio risco… O pré-natal especializado, que aí são aqueles pré-natais muito escabrosos, muito difíceis de lidar”.
Carga horária:
“A carga horária, assim, o R1 é puxado mesmo. Tem semana que a gente faz 70 e poucas horas. Mas, primeiro que não é um cansaço muito abrupto assim. Como o Hospital é muito acolhedor, as pessoas são muito acolhedoras. Como a gente fica isolado, a turma da GO é muito animada, então o hospital meio que vira sua casa. Tipo, de fim de semana você vai almoçar com a pessoa que tá de plantão, né (…) No R2, o mundo se transforma. A carga horária de plantões reduz muito. Porque no R1 são 2 de plantão, e no R2 é 1 só. Então cai muito a quantidade de plantões que você tem. Em compensação, o número de enfermarias aumenta. E no R3 é uma maravilha. O pós-plantão é de 12h, então, você deu plantão essa noite, amanhã você não trabalha. É maravilhoso. O R3 é vida. Tirando um estágio, que é o da Patologia Obstétrica, que é enfermaria, que você fica lá 14h, 15h por dia. E são casos sempre muito graves e você mergulha no caso das pacientes, né. De resto, dá pra levar muito bem”.
A Unicamp é uma das faculdades mais conceituadas do Brasil. Fora a grande tradição acadêmica e na qualidade do ensino, a universidade possui uma estrutura de altíssimo nível. No campus principal, localizado no distrito de Barão Geraldo, são cerca de 350 hectares, e é lá que os residentes vão passar boa parte da sua especialização.
Já é de se imaginar que, por causa disso, a estrutura para os residentes da Unicamp é bem boa, não é? E nossos convidados confirmaram! Olha só o que o Marcos falou sobre a residência médica na Unicamp:
“A Unicamp tem um campus em Campinas, que é onde está a Faculdade de Medicina e onde estão a maioria dos outros institutos. Então a interação com os outros institutos, com a galera dos outros cursos, é incrível. Mesmo na residência, a gente tem muito esse contato. Fora de Campinas, a gente tem alguns outros campi. Tem Piracicaba, por exemplo, onde fica a turma de Odonto. Mas a Medicina fica concentrada em Campinas. O complexo hospitalar, a gente tem o HC, que é o maior hospital. Aí tem o Hospital da Mulher, que é o CAISM, o mais lindo de todos (risos). Nós temos um hemocentro, um gastrocentro. Agora está abrindo um instituto de Otorrino na cidade também — bastante grande, inclusive. Bem chique, bem bonito. A gente também roda em outro hospital, em outra cidade, que é o Hospital de Sumaré”.
Deu pra ter uma ideia do tamanho da estrutura que um residente vai ter ao começar a sua especialização na Unicamp? Mas para aproveitar tudo isso e começar a viver o sonho de fazer uma residência na Universidade Estadual de Campinas, tem um outro aspecto importante a se considerar: como é morar na cidade?
Afinal, você passará anos na residência e, por isso, saber como é a cidade e o que esperar da sua estadia é fundamental. E é claro que isso também foi assunto na nossa live. O João contou um pouquinho de como foi sua experiência ao se mudar de uma cidade pequena para Campinas, com uma população de mais de 1 milhão de habitantes. Olha só o relato:
“Eu vim de Minas, né. Interior de minas, onde o ‘lanchão’ é R$3, então tudo pra mim aqui em Campinas era mais caro. Mas, assim, Campinas me surpreendeu, porque eu tinha muito aquela coisa: nasci em cidade de interior pequena, minha faculdade também era em cidade de interior. Eu estava acostumado com aquela vidinha pacata, andar a noite a pé, enfim. Aí eu tava tenso, né, pra vir pra Campinas. Cidade grande, aquela coisa, bem bicho do mato mesmo. Mas, assim, Campinas me surpreendeu muito mesmo. Eu super me adaptei aqui, cidade muito gostosa”.
E não para por aí. Afinal, a gente ainda não falou do mais importante: será que é caro morar em Campinas? Bom, isso vai depender bastante de onde você deseja ficar. Olha só o que o João comentou sobre essa diferença.
“Em Barão isso é o preço de uma kitnet mobiliado: R$1.800, R$2.000. Isso você consegue pagar em um apê de 2 quartos em Campinas”.
E aí, deu pra ter uma ideia do que te espera em relação aos gastos com moradia caso você comece sua residência na Unicamp? Isso vai ser sempre meio relativo, mas é bom já se preparar. Ah, e como ninguém é de ferro, nossos entrevistados também falaram um pouquinho de como é a vida social e o lazer na cidade. Olha a declaração do Marcão:
“O que eu acho interessante é que em Campinas dá pra você ter uma vida noturna, uma vida social agitada. Então, tipo, não é uma ‘cidade do interior’. Tem pra onde sair, tem onde beber, onde comer. Tem coisas diferentes. Claro, numa proporção menor que São Paulo”.
Uma outra dúvida que pode surgir é essa: afinal, como é o mercado para quem acaba de se formar. Isso porque muitas pessoas acabam se identificando com a cidade em que fazem residência — ou mesmo com o serviço de alguns dos hospitais. E para essa galera, já adiantamos: Campinas pode ser uma ótima opção. O Octavio contou um pouco pra gente, olha só:
“Eu terminei no ano passado a residência. Então, graças a Deus, deu muito certo meu consultório. Desde que eu abri eu tenho conseguido um movimento legal. Mas tem bastante opção, porque tem bastante hospital na cidade. Então, pra quem gosta de plantão tem. Pra quem gosta de dar plantão, nessas cidades ao redor também é muito fácil. Acho que depende um pouco da especialidade na questão de abrir ambulatórios ou não. Mas tem bastante clínica popular, tem clínicas particulares. Pra quem quer convênio, tem a opção também. E acho que sim, acho que tem mercado. É uma cidade bem grande, então tem muita demanda”.
Você com certeza já ficou com um bom gostinho de como é a residência na Unicamp. Mas, para a experiência ser completa, só vivendo. Se você ainda tá querendo saber um pouco mais sobre a Unicamp, não perca o nosso Guia Definitivo! Lá, você vai ver um pouco mais sobre a instituição e sobre as provas de residência para ingressar por lá.
Ah, e é claro, não vai esquecer de acompanhar o nosso Instagram para seguir vendo mais mesas redondas como essa. E nunca para por aí. Lá você também vê outras lives com aprovados e especialistas aprovados nas maiores instituições do estado.
Então, bora lá!
Capixaba, nascido em 90. Graduado pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e com formação em Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP) e Administração em Saúde pelo Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). Apaixonado por aprender e ensinar. Siga no Instagram: @joaovitorsfernando