Durante o décimo episódio da primeira temporada do Papo de Clínica, Rafael Franco (oncologista) e Dante Raglione (intensivista) falaram sobre um assunto muito importante: o marketing para médicos.
A partir dessa entrevista, elaboramos um post que aborda o marketing médico. Por meio dele, o profissional pode se tornar conhecido, captar e fidelizar pacientes.
Continue conosco e aprenda a usar o marketing para médicos como uma boa ferramenta para impulsionar sua carreira!
O marketing para médicos é, nas palavras simples de Rafael, uma forma de o médico se tornar conhecido dos pacientes antes que eles cheguem ao consultório. Assim, fica mais fácil criar o vínculo médico-paciente.
Dessa forma, o médico trabalha para que o paciente tenha uma percepção de valor diferente de seu trabalho, desenvolvendo uma noção positiva sobre o profissional.
Com o marketing médico, o profissional pode construir uma carreira que permita que ele atue da forma como sempre sonhou, personalizando seu atendimento para o público e recebendo aquilo que considera justo pelo seu trabalho.
O marketing médico, sendo uma ferramenta que procura direcionar suas campanhas com objetividade, ajuda o profissional a ter mais tempo para aproveitar sua vida fora do trabalho.
Atualmente, no setor de saúde, o profissional é visto como uma commodity (uma mercadoria). Por causa da generalização a que estão sujeitos os especialistas e as especialidades, os médicos acabam se tornando indistinguíveis.
Dessa maneira, a remuneração e a percepção de valor desses profissionais caem. Os pacientes não se dispõem a pagar um valor mais alto por determinado médico se existe outro que faz o mesmo tratamento por um preço menor.
Nesse contexto, o marketing para médicos aparece como uma ferramenta valiosa, que possibilita ao profissional se diferenciar na área de saúde.
A partir dele, é possível se destacar, o que ajudará o médico a gerar mais demanda para seu consultório — assim, ocorre a “descomoditização” do profissional, conforme afirma Rafael.
Um bom posicionamento nas mídias digitais, por exemplo, plataformas de acesso amplo nos dias de hoje, promove percepção de valor e também pode aumentar o preço que os pacientes estão dispostos a pagar pelas consultas.
O marketing para médicos, principalmente aquele que envolve as mídias digitais, possibilita o contato contínuo do profissional com o paciente. Porém, é preciso saber como conduzir o trabalho no Instagram, no Facebook, no Twitter, no TikTok, no Youtube e em outras redes sociais.
É necessário escolher quais são as mídias mais adequadas, qual linguagem será usada e os melhores horários para postar, por exemplo. Enfim, existe toda uma ciência por trás do marketing para médicos, e vamos dar algumas dicas valiosas a seguir.
No meio médico, ainda existe preconceito contra os profissionais que utilizam as redes sociais para divulgar seus serviços. Porém, essa noção precisa ser eliminada, pois as mídias digitais são importantes canais de comunicação e divulgação para os profissionais que exercem a Medicina. Lembre-se, contudo, que é essencial cultivar um posicionamento adequado e ético nesses ambientes.
Quem regulamenta o marketing para médicos é o CRM (Conselho Regional de Medicina). O Conselho elaborou um documento detalhado indicando as práticas que podem e aquelas que não podem ser adotadas. Confira o que não é permitido no marketing médico:
Cada caso é um caso. Assim, cada pessoa responde de uma forma diferente ao mesmo tratamento ou procedimento médico. Por isso, prometer resultados quando não há qualquer garantia de sucesso é uma atitude antiética e que deve ser evitada.
Promessas podem gerar ansiedade, frustrações e problemas emocionais no paciente e em seus familiares. Além disso, o médico pode ficar com a imagem comprometida caso não consiga cumprir o que prometeu.
O profissional nunca deve disseminar informações sem respaldo em estudos clínicos — o médico pode ser desmascarado e perder sua credibilidade ao fazê-lo.
Essa dica vale para tudo: consultas, palestras, eventos e quaisquer outros tipos de interação do médico com o público.
A especialidade divulgada deve ter registro no CRM. Os outros títulos precisam se referir à área em que o médico trabalha.
O CRM também veta a oferta de qualquer tipo de serviço por meio de consórcio. O paciente deve procurar o médico espontaneamente, conforme as necessidades do momento.
O médico também não pode sortear atendimentos nem fazer ofertas. Por isso, ele não deve divulgar preços e formas de pagamento.
As informações médicas devem ser passadas de maneira esclarecedora e objetiva, sem sensacionalismo. Até postar fotos de “antes” e “depois” é considerado sensacionalismo.
O CRM proíbe o médico de certas expressões, como “o melhor”, “o mais eficiente” ou ainda “resultados garantidos”, em qualquer mídia.
Essa medida ajuda a evitar que o médico venha a sofrer processos posteriormente, já que algumas pessoas podem exigir indenizações por danos resultantes de abusos.
Ao se comunicar com seu público, o médico deve usar uma linguagem acessível a todos. Assim, usar palavras e expressões técnicas pode gerar desconforto e afastar as pessoas.
Da mesma forma, abusar de termos informais pode causar má impressão. O importante no momento de decidir o tipo de linguagem que será utilizado para a comunicação no marketing médico é levar em consideração o perfil de paciente que se busca atingir.
No LinkedIn, por exemplo, usar uma linguagem mais profissional não é um problema, sendo até recomendado. Já no Instagram e principalmente no TikTok, uma linguagem mais acessível e direta gera mais engajamentos.
O sucesso não vem da noite para o dia. A construção da reputação se dá ao longo do tempo. Manter a interação frequente ajudará os algoritmos a identificar o conteúdo como relevante. A constância contribuirá para um reconhecimento mais rápido.
Investir para aumentar o engajamento nas redes sociais é uma boa ação para quem quer mais visibilidade nas mídias. Além disso, a construção de uma boa estratégia de marketing demanda verba e esforços, como para qualquer empresa. Por isso, o médico deve destinar um percentual do que ganha para sua divulgação.
Somente o boca a boca não é suficiente para garantir a captação de pacientes. Além disso, o marketing informal tende a ser mais demorado.
Rafael recomenda que o médico tenha ao menos um site organizado, que permita ao usuário acessar conteúdos relevantes, conhecer mais a respeito do médico e de como ele atua na área. Além disso, indicar uma área de atuação específica, por exemplo, para o médico neurologista, apontar sua especialidade em casos de cefaleia, ajuda o profissional ganhar destaque. Essas atitudes levarão o profissional a se diferenciar no mercado.
Por fim, quando o médico tem um site, é interessante investir no Google para aumentar as chances de ser encontrado em pesquisas orgânicas. As estratégias de SEO e outras permitirão que o site apresente um bom posicionamento no ranking.
Para escolher a plataforma ideal, é necessário conhecer o público-alvo com o qual se deseja construir conexões sólidas.
Por exemplo: caso o médico seja um pediatra, cujo público com o qual deseja falar é predominantemente adolescente, pode ser interessante investir em uma presença forte no TikTok, que é uma plataforma popular entre os jovens.
De maneira similar, profissionais que atuam com estética, como dermatologistas e cirurgiões plásticos, podem se beneficiar da atividade no TikTok, onde dicas de beleza e procedimentos estéticos são compartilhados frequentemente.
O Instagram permite continuidade e proximidade na comunicação, sendo indicada para atualizações e interações constantes com os seguidores.
Para médicos que trabalham em cidades pequenas, com menos de 100 mil habitantes, pode valer a pena investir em mídias físicas. Outdoors e carros de som, por exemplo, podem ser eficazes em lugares onde a comunidade é mais coesa e as mensagens são propagadas com mais rapidez.
Não há uma regra fixa: a escolha do meio de divulgação deve ser orientada pelo público que se deseja alcançar e pelo tipo de conexão que se pretende estabelecer.
Promover conexões sólidas e autênticas com os seguidores é importante para médicos que querem se destacar em um mercado saturado.
Em uma página profissional, há espaço sim para conteúdo pessoal e lúdico. Conforme o oncologista Rafael Franco, a presença digital permite que o paciente conheça o médico de modo mais pessoal.
Dessa maneira, é possível desenvolver uma conexão mais profunda, aumentar a percepção de valor e despertar o desejo pelo atendimento.
Rafael aconselha também que profissionais recém-formados pensem em camadas de experiência. É fundamental que, além do contato digital, o atendimento no consultório seja altamente personalizado e coerente com a imagem profissional construída online.
Ao entender as necessidades e expectativas de seus pacientes, o médico pode desenhar um atendimento que os satisfaça e ainda os surpreenda, indo além das expectativas deles.
Em um mercado competitivo, onde não existem garantias de grandes retornos financeiros, a diferenciação é uma estratégia. Usar estratégias de marketing para médicos que estimulem um relacionamento próximo com os pacientes pode ser o diferencial que vai garantir o sucesso profissional.
O marketing para médicos tem como função principal iluminar as habilidades e competências do profissional. Contudo, é fundamental que o médico seja honesto consigo mesmo e com seus pacientes durante esse processo.
Se o médico ainda não tiver construído conhecimentos sólidos ou uma experiência consistente, é necessário investir em aperfeiçoamento antes de começar qualquer estratégia de divulgação, pois assim sua presença online e offline será efetivamente atraente e ética, expressando sua verdadeira capacidade.
Rafael Franco e Dante Raglione afirmam que o maior patrimônio do médico é a sua formação, e não há atalhos para a construção desse conhecimento: é preciso seguir o caminho certo, ainda que seja mais longo.
Ao adquirir os conhecimentos necessários, o médico pode inclusive investir em outras opções para a construção de autoridade, como a criação de comunidades, mentorias e infoprodutos — estratégias de marketing que também espalham conhecimentos úteis.
O conhecimento técnico pode catalisar o crescimento profissional. O médico jamais deve se envolver com charlatanismo, com tratamentos muito promissores que podem ser fascinantes para os pacientes, mas não oferecem resultados efetivos. Isso pode prejudicar a imagem do médico.
Para finalizar, Dante lembra a importância de cultivar bons hábitos na vida pessoal, como praticar atividades físicas, aprender outras línguas, buscar novos conhecimentos e ter hobbies que trazem satisfação. Estar contente na vida pessoal também contribui para a felicidade e a qualidade profissional do médico.
Rafael também dá uma boa dica para quem está passando por um perrengue, que é se dedicar à aquisição de novas habilidades: marketing para médicos, comunicação, finanças, empreendedorismo, entre outros. Além dos conhecimentos técnicos, cultivar essas soft skills é um ótimo passo para quem quer se diferenciar no mercado atual.
O marketing para médicos é um aliado que ajuda o profissional a alcançar maior visibilidade e a se destacar da concorrência, ganhando espaço cativo na percepção dos pacientes.
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Capixaba, nascido em 90. Graduado pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e com formação em Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP) e Administração em Saúde pelo Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). Apaixonado por aprender e ensinar. Siga no Instagram: @joaovitorsfernando