A Medicina Endocanabinoide é uma área emergente que explora o potencial terapêutico dos compostos da planta Cannabis, com foco especial em seu impacto no sistema endocanabinoide (SEC) do corpo humano.
Esse é um mercado que exige constante atualização, tanto no desenvolvimento de novos medicamentos quanto na adequação às regulamentações locais e internacionais, oferecendo oportunidades para médicos, farmacêuticos, biólogos e outros profissionais da saúde atuarem em um campo inovador e em rápido crescimento.
Atualize-se sobre essa área, lendo o post que preparamos para dar esclarecimentos sobre esse assunto que ainda é controverso!
O sistema endocanabinoide (SEC) é um dos sistemas biológicos menos conhecido do corpo humano, fundamental para regular diversas funções fisiológicas, incluindo dor, humor, apetite, memória e imunidade. Ele é composto por três principais componentes:
Os receptores CB1 são encontrados principalmente no sistema nervoso central (SNC), enquanto os receptores CB2 estão mais presentes no sistema imunológico e em tecidos periféricos.
Os endocanabinoides, como a anandamida e o 2-AG, unem-se a esses receptores para regular uma série de processos biológicos.
Quando algo está em desequilíbrio no corpo (como dor crônica, inflamação ou estresse), o SEC entra em ação para restaurar a homeostase, ou seja, o equilíbrio interno.
O que torna o SEC especialmente interessante é sua interação com compostos externos, como os fitocanabinoides da planta Cannabis, incluindo o THC e o CBD (canabidiol).
Eles podem mimetizar ou modular a ação dos endocanabinoides, oferecendo novas possibilidades terapêuticas para o tratamento de condições como epilepsia, ansiedade e doenças neurodegenerativas, destacando-se como um campo promissor na Medicina.
Na Medicina Endocanabinoide, os tratamentos com Cannabis medicinal são empregados para uma variedade de doenças e condições. Entre os mais estudados estão o uso de CBD para epilepsia refratária, com destaque para a Síndrome de Dravet, onde o composto demonstrou reduzir satisfatoriamente a frequência de crises.
Além disso, a Cannabis medicinal vem sendo usada com sucesso no manejo da dor crônica, principalmente em pacientes com fibromialgia, artrite e neuropatias, oferecendo uma alternativa aos opioides.
Outro campo para a Medicina Endocanabinoide é o tratamento de transtornos de ansiedade e depressão, pois o CBD apresenta propriedades ansiolíticas e antidepressivas, sem os efeitos colaterais associados a medicamentos tradicionais.
A planta ainda está sendo investigada para o alívio de sintomas em doenças neurodegenerativas (Parkinson, Alzheimer) e para o tratamento de distúrbios do sono.
A personalização do tratamento é necessária, já que a resposta ao uso de canabinoides pode variar conforme a dosagem, a combinação de compostos e as características individuais do paciente.
A regulamentação do canabidiol no Brasil tem avançado nos últimos anos, refletindo o crescente reconhecimento do seu potencial terapêutico.
Em 2015, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu os primeiros passos ao retirar o CBD da lista de substâncias proibidas, permitindo sua prescrição e uso para tratar epilepsia refratária.
Essa decisão foi um marco para o uso do produto no cenário brasileiro, facilitando o acesso de pacientes a tratamentos com derivados da Cannabis.
Em 2019, a Anvisa aprovou a regulamentação para a produção, importação, comercialização e prescrição de produtos à base de cannabis medicinal no Brasil. A partir de então, farmácias começaram a vender medicamentos com CBD e outros canabinoides sob prescrição médica.
A regulamentação também definiu critérios rigorosos para garantir a segurança e a qualidade dos produtos, exigindo a realização de estudos clínicos e o cumprimento de boas práticas de fabricação.
Mesmo assim, o cultivo da Cannabis com finalidade terapêutica no Brasil segue restrito, e grande parte dos produtos é importada, deixando o tratamento mais caro.
Alguns pacientes continuam buscando autorizações judiciais que permitam o cultivo para uso próprio e medicinal ou a importação de derivados.
Paralelamente, a discussão sobre a ampliação da regulamentação, envolvendo a produção local e o uso de outras substâncias da cannabis, continua em andamento, refletindo o desenvolvimento do mercado e da aceitação da cannabis medicinal no país.
Diferentes instituições famosas oferecem cursos e programas de pós-graduação destinados ao estudo do sistema endocanabinoide e o uso terapêutico de derivados da Cannabis.
Esses programas preparam médicos, farmacêuticos e outros profissionais da saúde para aplicarem os conhecimentos sobre Cannabis medicinal em suas práticas, promovendo tratamentos de Medicina Endocanabinoide baseados na regulamentação brasileira e nas mais recentes descobertas científicas.
Entre as opções disponíveis, destaca-se o curso de “Medicina Canabinoide: Abordagem Baseada em Evidências Científicas”, oferecido pela Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).
Esse curso é focado em trazer o que há de mais atual em pesquisa científica sobre o uso terapêutico dos canabinoides, enfatizando as práticas baseadas em evidências.
Além desse programa, a FAP-Unifesp oferece uma formação profunda, combinando ciência e prática para profissionais interessados em trabalhar na linha de frente do tratamento com Cannabis medicinal.
Especializar-se na área da Medicina Endocanabinoide é uma excelente oportunidade para profissionais da saúde, considerando o crescimento favorável do mercado de Cannabis medicinal.
De acordo com matéria publicada na Forbes Brasil, a indústria de Cannabis medicinal no país tem se revelado lucrativa, com estimativas de se tornar um mercado bilionário em poucos anos.
Esse cenário se deve à crescente aceitação do uso medicinal da planta e à necessidade de profissionais qualificados para atender à demanda.
Os cursos de formação nessa área capacitam médicos, farmacêuticos e outros profissionais a oferecerem tratamentos inovadores e personalizados, baseados no sistema endocanabinoide.
A especialização não só amplia o leque de atuação no tratamento de condições como dor crônica, epilepsia e ansiedade, mas também posiciona os profissionais em um nicho com alto potencial de expansão.
O Brasil está começando a se destacar no cenário global da Cannabis medicinal. Isso significa que quem se especializar agora poderá estar na vanguarda do setor, não apenas em consultórios, mas em pesquisas clínicas, na formulação de produtos e até no empreendedorismo, à medida que o mercado regulado cresce.
A formação em Medicina Endocanabinoide se torna, assim, um investimento com grande potencial de retorno, tanto financeiro quanto em termos de contribuição para a saúde pública.
A Medicina Endocanabinoide promete muito! À medida que as pessoas são esclarecidas sobre o uso da Cannabis, abrem-se novas possibilidades no setor de saúde.
Para encerrar, vamos explicar que Medicina Endocanabinoide e Medicina Canabinoide são sinônimos. Porém, o primeiro termo parece mais apropriado, já que os estudos na área se baseiam no sistema endocanabinoide.
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Nascido em 1991, em Florianópolis, formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2015 e com Residência em Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas da FMUSP (HC-FMUSP) e Residência em Administração em Saúde no Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). Fanático por novos aprendizados, empreendedorismo e administração. Siga no Instagram: @alexandre.remor