Muitos médicos buscam oportunidades de trabalho em outros países. A Medicina no exterior apresenta inúmeras possibilidades para a carreira e é uma alternativa para encontrar mais vagas com salários elevados.
Mais do que uma questão salarial, as pessoas vão para fora do Brasil para estudar, se especializar e ter mais prestígio social. Em cada país, a concorrência da área e as exigências são diferentes, por isso, vale a pena saber um pouco mais e se preparar.
O curso de Medicina é um dos mais procurados no país. Devido à concorrência, as vagas possuem um nível de dificuldade elevado e exigem notas altas nas provas de vestibular.
No geral, a maioria das universidades exige uma média de pelo menos 800 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) para a ampla concorrência. A média diminui para 750 pontos para aqueles que utilizam o sistema de cotas para escolas públicas.
As regiões sul e sudeste são as mais disputadas tanto em instituições públicas quanto privadas. O destaque é do estado de São Paulo, onde ficam grandes universidades públicas, como a USP, Unicamp, Unifesp e Unesp. Na primeira, por exemplo, há cerca de 125 candidatos por vaga, e na última, 261.
Para ter mais chances de aprovação, a maioria dos candidatos estuda em cursos preparatórios para vestibulares. Durante o ano de estudo, eles realizam simulados e redações das provas anteriores. Assim, se sentem mais seguros para os diferentes modelos de exames de cada instituição.
Devido à concorrência e ao alto custo das mensalidades, muitos estudantes procuram estudar Medicina no exterior. Alguns países, como o Paraguai, possuem valores mais acessíveis e são procurados cada vez mais pelos futuros médicos.
No país vizinho, por exemplo, o curso pode ser oito vezes mais barato quando comparado a universidades privadas brasileiras. O benefício vai além da economia, e o estudante participa de uma experiência cultural, falando outro idioma e trabalhando em diferentes cidades.
Ao pensar em onde estudar medicina fora do Brasil, muitos querem ir para a Argentina pela facilidade de ingresso no curso. Para conseguir uma vaga não é necessário prestar vestibulares, apenas matricular-se e fazer o ciclo básico comum. Essa fase é um nivelamento dos estudantes por até um ano.
Outra opção para iniciar o curso de Medicina é procurar as bolsas oferecidas pelas faculdades dos Estados Unidos. O processo seletivo exige a apresentação do currículo escolar para ponderar as médias em cada matéria. Os requisitos vão além de boas notas e é necessário comprovar o nível de fluência no idioma.
Para fazer medicina no exterior, o candidato precisa se atentar, pois cada um desses países tem seus próprios critérios de seleção. Muitos levam em consideração cartas de recomendação e atividades extracurriculares somadas ao histórico acadêmico. Por isso, convém pesquisar e se preparar bem.
No caso dos países vizinhos, é mais fácil se matricular e começar a estudar. Já nos Estados Unidos, por ter um idioma de origem diferente do português, é indispensável apresentar o TOEFL com nota superior a 60 ou 6.5 no IELTS. Os dois exames de proficiência medem o grau de conhecimento na língua inglesa.
O resultado do teste é apenas uma parte da avaliação do candidato. Além dele, outras exigências para cursar Medicina fora do Brasil são o teste de admissão em faculdades de medicina (MCAT) com nota mínima de 19 e o de aptidão escolar (SAT) com nota entre 500 e 900. Ambos possuem um peso alto na avaliação.
Os testes são exigências inclusive para os nativos. O SAT, por exemplo, é realizado logo após o término do ensino médio norte-americano e foca em três áreas: matemática, leitura e língua inglesa (interpretação e gramática).
Após a conclusão do curso, os médicos brasileiros formados no exterior que retornarem ao Brasil devem revalidar o diploma. Esse processo foi criado pelo governo brasileiro como forma de autenticar e declarar equivalência aos títulos fornecidos em território nacional.
A etapa de reconhecimento do diploma é feita pelo Revalida, uma avaliação que atesta se o documento está de acordo com as exigências brasileiras e se o profissional está preparado para atuar na saúde pública e privada. Para realizá-lo, é preciso enviar imagens do diploma, e ele deve ser expedido por uma instituição de ensino superior reconhecida pelo Ministério da Educação do país de origem.
O Revalida é aplicado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP) e se divide em duas etapas eliminatórias com prova escrita e de habilidades clínicas.
A parte objetiva possui 100 questões de múltipla escolha e cinco discursivas. Ela é estruturada em cinco grandes áreas: Clínica Médica, Cirurgia, Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia, Medicina Familiar e Comunidade. Já a de habilidades clínicas é composta por dez perguntas e também confere se o candidato tem aptidões para a profissão.
Para aqueles que procuram vagas para trabalhar em medicina no exterior, é válido pesquisar a média salarial e as exigências de cada área. Na maioria dos países, o médico especialista se destaca e possui mais oportunidades e melhores remunerações.
Nos EUA, por exemplo, é necessário realizar um exame de conhecimentos médicos e de língua inglesa. Após aprovação, o profissional precisa passar por uma nova residência, mesmo que já tenha feito outra no Brasil.
Em outras localidades, a residência no país estrangeiro é dispensável. No Chile, os diplomas latino-americanos são aceitos sem a exigência de provas. No entanto, cada instituição pode cobrar documentos diferentes para comprovar a formação profissional.
Gostou de saber um pouco mais sobre a Medicina no exterior? Com a gente, você descobre diversas possibilidades para sua carreira e tira todas as dúvidas para se preparar tanto para a residência quanto para a especialização. Essas duas etapas são os diferenciais para quem quer sair na frente, por isso, conte conosco!
Catarinense nascida em 1995, criada em Imbituba e apaixonada por uma praia. Formada pela Universidade Federal de Santa Catarina em 2018, com residência em Clínica Médica pela Universidade de São Paulo (USP-SP 2019-2021) e professora de Clínica na Medway. "Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender" - Paulo Freire. Siga no Instagram: @anakabittencourt