Mulheres ativas na Medicina: veja os números do Brasil atualizados

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Fala, galera! Vocês sabem que dia 8 de março é o dia Internacional da Mulher, certo? E não é novidade que as mulheres ativas na Medicina vêm crescendo e conquistando o seu devido espaço, mas vocês sabem a dimensão desse crescimento?

A médica maranhense Marina Pereira, formada na Universidade Federal do Maranhão e residente em Medicina Preventiva e Social na Unicamp, acredita que a diversidade nos ambientes médicos é algo que beneficia toda a sociedade. 

“Quanto mais diversos (os ambientes), melhor. Na faculdade de Medicina, a gente acaba rodando em muitos locais e serviços com muitos homens e escutamos comentários que são muito inadequados, machistas e homofóbicos, que em outros ambientes onde há muitas mulheres já não se escuta tanto.”, declara a doutora.

Foi uma batalha de várias mulheres para conseguirem seus espaços na Medicina, como a história da Marília Odília Teixeira, a primeira médica negra do Brasil. Ela estudou com 47 colegas homens em 1909 na Faculdade de Medicina da Bahia. 

Marília e outras mulheres viveram em um ambiente não tão convidativo para mulheres no que diz respeito à Medicina, que foi um reflexo da sociedade brasileira nos últimos anos. 

Ainda estamos longe do ideal, mas os números podem trazer uma luz no fim do túnel. Agora, vamos entender mais sobre o assunto! 

Como estão os números das mulheres ativas na Medicina hoje?

Nos últimos anos, o crescimento da mulher atuante na Medicina era muito evidente, e dessa vez não é diferente. Hoje, mais do que nunca, o equilíbrio entre os gêneros é muito claro. Segundo o Conselho Federal de Medicina, são 267.871 (49,08%) médicas mulheres ativas em seus cargos, sendo apenas 10 mil a menos que os homens (50,92%).

Em 2020, essa mesma pesquisa foi feita pelo mesmo conselho, e a porcentagem de mulheres no meio médico era de 46,6%. Os números não param de subir, né? Segundo a pesquisa, desde 1990 a mulher vem chegando mais perto do número de entrada do homem. No ano de 2012, as mulheres ultrapassaram. 

Apesar disso, sabemos que no passado a Medicina era uma profissão predominante de homens, mas a mudança de valores e a briga por igualdade trouxeram o equilíbrio em números. É válido lembrar, inclusive, que dentre os médicos abaixo de 39 anos, as mulheres estão mais presentes na Medicina. 

Para Marina Pereira, essa mudança pode agregar na segurança de alguns pacientes. Ela diz: “ter mais mulheres nos espaços médicos é mais tranquilizador, não só para mulheres, mas até em termos de segurança para não sofrer qualquer tipo violência, isso também no que tange às pessoas trans. Acredito que elas também se sentem mais à vontade.”

Claro, ainda há muito o que melhorar. As dificuldades e preconceitos da sociedade ainda existem. Mas ainda devemos comemorar os avanços, certo? Se isso mudou, há esperança para um amanhã mais leve e próximo do ideal.

Especialidades com mais mulheres ativas na Medicina

Com o aumento da entrada de mulheres na Medicina neste século, algumas especialidades foram afetadas em números. Dermatologia, Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia e Clínica Médica são áreas em que a presença da mulher é maior que a do homem. 

Outros destaques são nas especialidades: Endocrinologia e Metabologia, Alergia e Imunologia, Medicina da Família e Comunidade, Genética Médica, Reumatologia, Hematologia e Hemoterapia, Infectologia e Patologia.

Em contrapartida, Urologia é a especialidade com menor presença de mulheres trabalhando. 

O que esperar para o futuro?

A entrada feminina na área foi de sete mil acima da masculina, como dito anteriormente, a tendência é manter o ritmo ou aumentar. Assim, podemos ver um cenário de superioridade numérica de mulheres na Medicina.

AnoEntrada MasculinaEntrada Feminina
20089.3118.603
20109.4819.308
201210.66611.685
20149.71211.506
201610.37112.272
201811.96315.331
202013.39618.154
202216.53923.023
Tabela da entrada masculina e feminina de médicos – Fonte: Conselho Federal Médico 

Os dados do Conselho Federal de Medicina mostram que, em níveis de comparação por idade, a maioria dos médicos acima de 40 anos são homens. O que vem equilibrando isso é a entrada da mulher nos últimos anos. 

Assim, é previsível que, em uma década, caso a mulher mantenha tamanha disparidade na entrada na profissão, a Medicina se transforme em uma área majoritariamente feminina. 

Em outras palavras, em poucos anos, as mulheres vão constituir mais da metade dos médicos presentes. Isso porque existem 36.381 médicos do sexo masculino acima de 70 anos contra apenas 13.202 médicas. A idade pode ser um fator limitante, aproximando esses profissionais do encerramento da carreira.

A doutora Marina acredita que: “para o futuro, eu vejo a classe médica um pouco mais aberta para multiprofissionais e multidisciplinaridade com outras categorias.” 

Ainda há outras comunidades da sociedade que são minorias em outros campos, mas com esses números, pode-se dizer que é possível mudar as estatísticas.

Venha ser uma grande residente com a gente!

O que achou dos números das mulheres ativas na Medicina? Há um tempo atrás isso era impossível para muitas pessoas.
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JoanaRezende

Joana Rezende

Carioca da gema, nasceu em 93 e formou-se Pediatra pela UFRJ em 2019. No mesmo ano, prestou novo concurso de Residência Médica e foi aprovada em Neurologia no HCFMUSP, porém, não ingressou. Acredita firmemente que a vida não tem só um caminho certo e, por isso, desde então trabalha com suas duas grandes paixões: o ensino e a medicina. Siga no Instagram: @jodamedway