É comum achar que os homens ainda são maioria na área médica no Brasil. No entanto, o cenário tem mudado gradativamente. E é bonito ver o quanto o número de mulheres na Medicina aumenta a cada dia!
Essa é mais uma constatação da pesquisa Demografia Médica no Brasil, realizada em 2020 pela Universidade Federal de São Paulo (USP) e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). As diversas demandas na profissão apresentam variações ao longo do tempo e de acordo com a região do país.
Mas esse fator em especial, que confirma a presença feminina no setor, mostra que a diferença entre gêneros vem sendo combatida com sucesso, porque a sociedade também evoluiu. Vamos falar um pouco mais sobre o assunto? Entenda, a seguir, como é o retrato do Brasil hoje quando se trata de mulheres na Medicina!
Em 2020, os homens representaram 53,4% da população médica no Brasil. Enquanto as mulheres ficaram com 46,6%. Bem acirrado, não é mesmo?
Há cinco anos, a mesma pesquisa apresentou que os homens dominavam a área médica. A porcentagem era de 57,7% do total, contra 42,5% das mulheres. Há 30 anos, esse número era ainda menor: apenas 30,8% dos profissionais de Medicina eram mulheres.
Mas essa não é uma questão de competição, como pode parecer ao observar essas análises. E sim, uma demonstração de que o mercado está mais aberto a receber mulheres dentro de uma profissão que, antigamente, era exclusivamente masculina.
Para nós, que vivemos em um mundo moderno, essa realidade parece distante e talvez o aumento de mulheres na Medicina não surpreenda de imediato. Mas acredite, isso faz a diferença quando a gente pensa que a desigualdade na profissão diminui na mesma proporção.
Quando foi que essa super transformação começou? De acordo com os resultados da pesquisa, 2009 foi o primeiro ano em que os números aumentaram de maneira expressiva.
Um pouco antes, no início da década, 4.572 se registraram nos conselhos de Medicina, enquanto o número de mulheres era de 3.594. Essa quantidade se manteve, com poucas alterações para mais ou para menos. Até que em 2009, de 21.941 médicos registrados, 57,5% eram mulheres e 42,5%, homens.
Uma reviravolta, não é mesmo? Esse aumento repentino se deve ao aumento de escolas médicas em nosso país. Com os estudos mais acessíveis e o ensino mais inclusivo e receptivo, as mulheres na Medicina passaram a se destacar de vez.
E como ocorre a distribuição de gêneros dentro da atuação da Medicina em diferentes estados do país? Primeiro, é preciso ressaltar que esse fator não é considerado homogêneo.
As variações, inclusive, são bastante significativas. Por exemplo, no Amapá, a participação de mulheres médicas no mercado é de 37,7%; enquanto em Alagoas, atinge 51,6%. Mas no Rio de Janeiro e em Pernambuco, a quantidade de mulheres na Medicina se aproxima: 50,9% no primeiro, e 50,2% no segundo.
Porém, vale lembrar que, apesar desse crescimento expressivo, nove estados, sendo seis do Norte e Nordeste, contam com menos de 42% de mulheres na área médica. Já em São Paulo, estado que detém um quarto da população médica geral do Brasil, vale apontar que 46,5% são mulheres, ou seja, ainda nem atingiu a metade.
Sendo assim, mesmo que o setor esteja mais abrangente e favoreça a presença feminina, ainda há muito espaço para ser conquistado. Afinal, é importante lembrar que o mercado muda a todo momento, assim como as necessidades dos pacientes e das próprias instituições médicas.
Não pense que um mercado majoritariamente masculino é motivo para que você desanime e desista de seus objetivos. Se o seu estado ainda não tem uma porcentagem forte, esse pode ser mais um incentivo para que você se dedique aos estudos e entre para essas estatísticas em breve.
Outra coisa super interessante que a pesquisa apresenta é que a população médica está muito mais jovem. A média de idade de profissionais em atividade no Brasil é de 45 anos, uma média que tem caído consideravelmente. Em 2015, era de 48 anos.
Em 2020, para homens, essa média continua nos 48 anos. Em relação às mulheres, ela cai para 42 anos de idade. Os estados em que os médicos são considerados mais jovens são Tocantins e Rondônia, com a idade média de 41,6 anos. Em São Paulo, a média também vai para menos do que 45 anos.
As mulheres, em geral, entram para o curso de Medicina um pouco antes do que os homens. Além disso, há uma certa diferença na escolha que elas fazem para as especialidades durante a residência médica. Tudo isso pode relacionar a idade mais jovem, sempre presente na parte feminina da população médica, em comparação a parte masculina.
Por isso, também, elas são a maioria entre novos médicos registrados nos Conselhos Regionais de Medicina em todo o país. A feminização da Medicina no Brasil, é, sem dúvidas, uma realidade que deve ser observada de perto, para que essa realidade traga mudanças expressivas e benéficas para as profissionais de todo o país.
Como você pode ver, o número de mulheres na Medicina cresceu bastante ao longo dos anos. E a tendência é que cresça ainda mais. Mais do que oportunidades de trabalho e de novos cursos na área abertos no país, essa é uma demonstração que comprova que a desigualdade de gênero tem sido combatida com muita dedicação e esforço por parte de nossas profissionais.
Porém, ainda há muito pelo que lutar. A remuneração para mulheres ainda é inferior à dos homens, e eles são maioria em 36 das 55 especialidades médicas. Portanto, se você é mulher e quer cursar Medicina, se jogue nos estudos e tenha em mente que a sua atuação faz toda a diferença na nossa área!
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Carioca da gema, nasceu em 93 e formou-se Pediatra pela UFRJ em 2019. No mesmo ano, prestou novo concurso de Residência Médica e foi aprovada em Neurologia no HCFMUSP, porém, não ingressou. Acredita firmemente que a vida não tem só um caminho certo e, por isso, desde então trabalha com suas duas grandes paixões: o ensino e a medicina. Siga no Instagram: @jodamedway