Sabemos como é estressante a fase de escolha da residência médica. Isto é, dá vontade de fazer qualquer uma só pra “se livrar”. Também passou pela nossa cabeça (mas só por um breve momento) fazer Residência Médica em lugares não tão bons “só pra garantir”.
Felizmente conseguimos oprimir essa ideia, antes mesmo de nos inscrevermos nos processos seletivos. A gente entende o desespero que dá e sabemos a melhor solução. Além disso, a vontade louca de entrar logo em qualquer residência médica e parar de sofrer por ansiedade é um sentimento comum. Mas amigo, é a sua carreira em jogo.
Esse erro de ir pra “qualquer” Instituição só pra atender a esse senso de urgência também pode trazer graves consequências em todas as esferas da sua vida.
Há muitas considerações que você deve fazer antes de decidir qual especialidade prestar, e onde irá prestar. Isso inclui família, dinheiro, relacionamento afetivo, perspectiva de vida e de carreira, sonhos e qualidade de vida.
Nós entramos a fundo em muitas delas em nosso programa de Mentoria visto que essa escolha de residência médica é peça-chave para o resultado final.
Você deve estar se perguntando: por que não posso fazer qualquer residência? Por que não me livrar logo desse processo?
A resposta principal para isso é: o desespero pode gerar más escolhas. Pense que não estamos falando de um curso simples, de curta duração e pouco impacto na sua vida. Estamos falando de uma especialização que vai influenciar toda a carreira profissional.
Depois de passar longos anos na graduação, com matérias teóricas, práticas e o internato, não vale a pena desperdiçar todo esse esforço com uma má escolha, não é mesmo? Pense que se você tem critérios para comprar até mesmo uma roupa, por que vai deixar de ter critérios para escolher a especialização/instituição que irá mudar sua carreira?
De acordo com os dados da Demografia Médica no Brasil de 2024, nosso país conta com 598.573 médicos ativos, sendo 54% desse número, especialistas. Além disso, a previsão é de que até 2035, tenham mais de um milhão de médicos ativos.
Isso mostra que mais de 50% dos médicos concluíram a graduação e ingressaram em uma residência médica, se tornando especialistas.
Outros dados que merecem atenção, agora do IBGE e Medscape, mostram que um médico especialista ganha 270 mil reais por ano, trabalhando 49 horas semanais, enquanto um médico generalista ganha 157 mil, trabalhando 53 horas por semana.
Tudo isso mostra que deixar de fazer residência médica já não é uma escolha tão viável. Além disso, também reforça o quão importante ela é para a sua carreira, e o quanto você deve ter atenção ao escolhê-la.
Para te ajudar, trouxemos alguns pontos importantes que você deve refletir na escolha da residência médica:
A família é uma parte crucial e importante em nossas vidas, não é verdade? Por isso, é fundamental levá-la em consideração no momento de escolher a sua residência médica. Se você se mudar para longe e escolher uma especialidade com alta carga horária, por exemplo, será difícil encontrar “janelas” para visitar seus familiares.
E o suporte familiar é essencial nessa jornada. Por isso, considere se o lugar que você está pretendendo entrar oferece a oportunidade de visitar ou estar próximo dos seus entes queridos.
Quem vai te sustentar? Vai ter tempo para dar plantões? Vão te permitir a dar plantões? Tem noção de quanto vai ganhar por mês? Essas são algumas das perguntas que você deve se fazer no momento de escolher a sua residência médica.
Apesar dos residentes terem direito à bolsa-auxílio, dependendo da cidade, o valor não será capaz de cobrir todas as despesas, por isso é importante considerar as questões que indicamos acima.
Além disso, vale lembrar que só na residência você vai trabalhar de 40 a 130 horas por semana, então talvez não sobre tanto tempo para realizar plantões.
Por fim, outro ponto que é interessante refletir na hora de escolher a sua residência médica é a qualidade de vida. Pode não parecer, mas isso certamente irá influenciar na sua rotina e carreira.
A residência médica e inserção no mercado são processos demorados, que podem ultrapassar 10 anos. Dessa forma, prezar pelo conforto e tempo para si são essenciais para evitar a famigerada fadiga.
Você pode dizer: “Ah, mas é só por um tempo, depois que a residência acabar, tudo melhora”, mas não se engane, a inserção no mercado de trabalho está cada vez mais lenta, ou seja, poucos “nadam de braçada” logo depois da especialização.
Sobraram dúvidas sobre a escolha da residência médica? Não se esqueça de dar uma olhada no nosso artigo sobre as perguntas que você deve fazer na hora de escolher onde fazer residência médica, que também tem muitas coisas complementares para você refletir!
Lembrando que na Academia Medway, você encontra esse e outros materiais, incluindo Guias Definitivos de uma série de instituições, além de cursos e e-books gratuitos!
Esperamos que com essas dicas seja mais fácil fazer a escolha da residência – sem tomar essa decisão, você pode ter dificuldades para ver seu desempenho deslanchar, sabia? Falamos mais sobre outros bloqueios mentais que podem atrapalhar seus estudos e te impedir de ser aprovado na residência médica dos seus sonhos no nosso e-book gratuito Os 15 bloqueios que te impedem de ser aprovado na residência – sugiro que você baixe e comece já a trabalhar neles!
Um abraço a todos e contem conosco para seu processo de aprovação na residência médica!
Nascido em 1991, médico desde 2015, formado pela Faculdade de Medicina de Catanduva (FAMECA) e com Residência em Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP) finalizada em 2018. "Nunca quis seguir o fluxo. Sempre acreditei que existe uma fórmula do sucesso para cada um de nós. Se puder conquistar sua mente, poderá conquistar o mundo." Siga no Instagram: @mica.medway