A Gastroenterologia é uma área médica repleta de possibilidades de atuação. Uma delas é a Cirurgia do Aparelho Digestivo, uma subespecialidade complexa, mas com uma rotina muito interessante.
Apesar de o nome ser intuitivo, há muitos detalhes por trás dessa subespecialidade. Ela trabalha com todas as patologias do sistema digestório. Você também pode se especializar ainda mais se tiver interesse.
Que tal saber o que é Cirurgia do Aparelho Digestivo e conhecer o mercado de trabalho em que os profissionais desse ramo estão inseridos? Você encontra todos os detalhes a seguir!
Ao trabalhar com Cirurgia do Aparelho Digestivo, o médico se dedica ao tratamento cirúrgico das mais diversas patologias que se desenvolvem no aparelho digestivo humano.
Com exceção da cavidade oral, o profissional realiza cirurgias no esôfago, no estômago, no intestino delgado, no intestino grosso, no fígado, na vesícula biliar e no pâncreas. Trata-se de uma ampla região do organismo, por isso, é necessário ter conhecimento específico e direcionado sobre doenças e intervenções.
O médico dessa área é denominado gastrocirurgião. Além das técnicas cirúrgicas, ele precisa dominar o atendimento ao paciente, que procura explicações didáticas para os problemas e acompanhamento humanizado para se recuperar rapidamente.
Para atuar nessa área, o médico deve realizar uma residência médica em uma instituição credenciada pelo MEC ou pelo Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva. Depois de finalizá-la, ele também pode se associar ao CBCB para se dedicar a pesquisas, novas práticas e formação continuada.
A rotina do cirurgião do aparelho digestivo é intensa. Em geral, as intervenções são delicadas, mas há a contribuição da tecnologia, tornando-as menos invasivas. Apesar de a responsabilidade da cirurgia, não há necessidade de realizar carga horária grande de plantões, o que ameniza o dia a dia.
O médico também realiza exames, diagnósticos e tratamentos caso acompanhe o paciente desde o início do tratamento. Mesmo que o encaminhamento tenha sido feito por outro especialista, há casos de maior complexidade que necessitam desse contato.
No entanto, nem toda cirurgia do aparelho digestivo é tão complexa. Alguns exemplos são as cirurgias ambulatoriais ou as que precisam de um período de curta internação, sem alta incidência de complicações pós-operatórias, como as hernioplastias hiatais laparoscópicas e as colecistectomias laparoscópicas.
Já as cirurgias oncológicas e os transplantes de órgãos são ideais para quem deseja uma rotina mais movimentada e se interessa pelas áreas de produção científica, clínica e laboratorial. É um trabalho mais desafiador, pois trata pacientes em estado crítico e com pós-operatórios mais prolongados.
Atualmente, segundo o relatório Demografia Médica de 2020, feito pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), existem 3.232 gastrocirurgiões no Brasil. Mais de 50% desse total se encontra na região Sudeste, o que a torna mais concorrida para estudo e trabalho.
Porém, isso não deve ser uma motivação para sair da região. Com dedicação e estudo constante, você pode atualizar seus conhecimentos para atender melhor, se destacar e construir uma carreira de sucesso em qualquer local do país.
A atuação do gastrocirurgião não se limita ao centro cirúrgico. Também é possível trabalhar com exames endoscópicos e outros atendimentos em consultórios e plantões. A agenda para exames costuma ser cheia para alcançar um bom rendimento, pois boa parte é coberta por planos de saúde.
Além disso, é possível seguir exclusivamente pela carreira acadêmica ou em conjunto com as operações. Tornar-se tutor na residência médica é uma forma de se destacar no ramo e contribuir para o crescimento e o desenvolvimento de novos profissionais.
Para se dar bem na área de Cirurgia do Aparelho Digestivo, é preciso pesar o que traz mais satisfação pessoal e equilibrar com o retorno financeiro. A concorrência em cidades pequenas e no interior é menor, mas nada impede um bom trabalho nas cidades maiores.
De acordo com o site Salário.com, a remuneração desse profissional é, em média, R$ 5.429,09 em jornadas de 35 horas semanais. Entretanto, as constantes especializações podem aumentar as chances de maior rendimento.
Como mencionado anteriormente, para atuar como gastrocirurgião, é obrigatório fazer residência médica na subspecialidade de Cirurgia do Aparelho Digestivo. Antes disso, há o pré-requisito de dois anos de residência em Cirurgia Geral.
Assim que concluir essa etapa inicial, o estudante pode participar do processo seletivo para a residência desejada. O programa é considerado intenso, pois o residente encara várias noites sem dormir e fica em contato com muitos pacientes antes de ter a chance de começar a operar.
Ele passa pelo pré e pós-operatório na enfermaria. No primeiro ano, fica subordinado ao residente do segundo ano, visto como uma espécie de chefe de serviço. No geral, a rotina da semana se divide entre enfermaria, centro cirúrgico, ambulatório, plantões e reuniões.
O programa básico tem duração de dois anos, mas o residente pode acrescentar dois anos a mais caso queira se especializar em cirurgias de alta complexidade: oncológica do aparelho digestivo, bariátrica e transplantes de órgãos.
A Cirurgia do Aparelho Digestivo é apenas uma das subespecialidades para seguir depois da graduação. Para conhecer outras opções, continue acompanhando os conteúdos do nosso blog. Se já estiver decidido sobre qual caminho seguir, conte com os nossos cursos para se preparar para a residência médica!
Nascido em 1991, em Florianópolis, formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2015 e com Residência em Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas da FMUSP (HC-FMUSP) e Residência em Administração em Saúde no Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). Fanático por novos aprendizados, empreendedorismo e administração. Siga no Instagram: @alexandre.remor