Se você já está pensando sobre qual residência médica quer fazer, precisa saber o que é Física Médica. Essa é uma especialidade da medicina considerada inovadora, porque trabalha diretamente com leis, modelos e conceitos da Física. Mas se você tem aptidão para a disciplina, pode ser uma boa pedida para a sua carreira.
A demanda no mercado é bastante interessante, porque o físico médico é um profissional de conhecimentos multidisciplinares.
Sendo assim, também consegue atuar muito bem junto a outras especialidades: na verdade, pode-se até mesmo dizer que elas dependem, em muitos aspectos, do trabalho desse profissional para que os procedimentos sejam feitos em segurança. Além disso, essa é uma profissão do futuro, por envolver uma série de pesquisas em áreas tecnológicas e científicas.
Gostou do que viu até agora? Então, que tal saber mais sobre tudo o que você pode fazer se decidir seguir esse caminho? Continue a leitura para conferir os detalhes e aproveite para tirar todas as suas dúvidas!
Bom, para começar, o que é Física Médica, afinal? Essa é a especialidade que desvenda a utilização de radiações ionizantes usada em radiodiagnósticos, atua com princípios da Medicina Nuclear e se aprofunda em procedimentos de braquiterapia e radioterapia.
Basicamente, ela reúne disciplinas da Física que têm aplicabilidade dentro da Medicina. Suas possibilidades de atuação são muito variadas, e permitem que o médico entre para áreas como bioeletricidade, diagnóstico com radiações não ionizantes, hipertermia, imagens biomédicas, biomagnetismo, radiobiologia, proteção radiológica, processamento de sinais e muito mais.
Por esse motivo, além da Medicina e da Física, é preciso dominar tudo o que tem a ver com exatas. Matemática, Informática e Química serão pontos essenciais para desenvolver um bom trabalho. E as biológicas não ficam de fora.
Anatomia, Biologia Celular, Biologia Tecidual, Farmacologia e Fisiologia também têm um papel importante na área. Ou seja, é preciso estudar bastante e ter uma boa formação, seja na Medicina ou na Física, conforme as exigências para ingressar na residência da instituição na qual você deseja estudar.
Até pouco tempo, a residência médica era a única forma de estudar a especialidade. Entretanto, a USP desenvolveu um bacharelado em Física Médica, resultado de uma parceria entre o Instituto de Física e a Faculdade de Medicina da instituição.
Dessa maneira, ele é interdisciplinar: os alunos têm aulas em ambas as unidades, e o diploma será emitido de forma conjunta. Ele tem a duração de cinco anos, dividido em três módulos. Um para aplicações em física, outro para aplicações médicas, e outro de estágio prática hospitalar no HC e no HU da USP.
Mas não se preocupe! Se você prefere a graduação exclusiva em Medicina para depois pensar na residência, não há problema, porque você será um especialista na área da mesma fora e ainda poderá se especializar em outras áreas, caso queira.
Em geral, o físico médico trabalha em três setores principais: hospitalar, docência e pesquisa. Ele pode, ainda, conciliar as atividades em dois ou mais setores, caso consiga se organizar, e assim, conseguir ganhar mais.
Em um ambiente hospitalar, o profissional normalmente trabalha com medição de radiação, supervisão e implementação de programas de garantia de qualidade, desenvolvimento de protocolos para administração correta de radiação em pacientes, determinação de doses para pacientes, procedimentos que asseguram a qualidade das imagens médicas, atuação em equipes multidisciplinares para otimizar e balancear os efeitos da radiação e definição de especificações técnicas em equipamentos. Muita coisa, não é verdade?
Já na área de pesquisa, o físico médico elabora trabalhos, projetos e técnicas na área. Desenvolve instrumentos e explora tecnologias que permitam a evolução de prevenção, diagnóstico e tratamento de diversas doenças.
As atividades de docência também são comuns a esse profissional. Eles costumam trabalhar em universidades e institutos, lecionando disciplinas relacionadas à Física Médica. Como, por exemplo, Proteção Radiológica, Biofísica, Tecnologias de Diagnóstico, entre outras, em cursos que incluem Física, Medicina, Engenharia Física, Engenharia Médica e muito mais.
Para tanto, porém, é fundamental lembrar que além da residência, o médico deve ter um mestrado ou doutorado, de acordo com o que a instituição pede. Muitas oportunidades, não é verdade? Fica até difícil escolher. Por esse motivo, é essencial observar quais são as regiões do Brasil com mais demanda na atividade que você pretende exercer, quais são as pretensões salariais, e demais detalhes que ajudem no planejamento de seu futuro.
Agora que você sabe o que é Física Médica e o que o especialista faz, diante de tantas possibilidades de atuação, como anda o mercado de trabalho? A boa notícia é que ele está quente, e super favorável para o profissional da área.
A estimativa é que, se considerarmos países desenvolvidos como parâmetro, o Brasil deveria ter pelo menos cerca de 1.800 físicos médicos a mais do que abriga hoje. Essa é uma demanda muito compreensível, porque sem o físico médico, não há como medir variáveis biomédicas e ter um padrão estabelecido para o funcionamento dos equipamentos físicos utilizados na Medicina.
E acredite, essa é uma função muito importante. Por este motivo, aos poucos, dá para perceber a expansão de muitas clínicas de radioterapia em nosso país, o que faz com que os estudantes de Física Médica tenham a chance de se aprimorar nessa área, e depois aplicar seus conhecimentos em outras especializações que desejem.
Na Medicina, a Oncologia é outra área que promete. Isso porque a radioterapia é um dos mais importantes tratamentos para o câncer. Suas radiações ionizantes são utilizadas para destruir tumores ou impedir que ele se desenvolva. No entanto, as radiações não conseguem entender as diferenças entre célula normal e célula cancerígena.
Dessa maneira, pesquisas da Física Médica são extremamente importantes para evitar que as células saudáveis sejam atingidas. As atividades junto à Medicina Nuclear também exigem pesquisas com a mesma intensidade.
A especialidade precisa da proteção radiológica do paciente, da equipe e do ambiente, algo que somente o físico médico pode proporcionar. Daí a importância de seu trabalho, e outra demanda alta dentro da prática médica.
Vale lembrar que, quando se trata de pesquisa, há ainda uma ampla contratação desses profissionais por empresas que desenvolvem e comercializam equipamentos médicos. Quem lidera pesquisas na área e tem participação ativa em cursos de mestrado e doutorado são ainda mais cotados para fazer parte de projetos e soluções inovadoras.
A residência em Física Médica tem a duração de 2 anos, com uma carga horária total de 5.760 horas distribuídas entre atividades teóricas e práticas. O residente tem direito a uma bolsa paga pelo Ministério da Saúde para exercer seu trabalho.
No Brasil, o foco da especialização está na Radioterapia e Diagnóstico por Imagem. Sendo assim, o programa oferece uma abordagem multidisciplinar a respeito de física das radiações ionizantes. Promove, também, um conhecimento amplo sobre todas as inovações tecnológicas da especialidade.
Ao longo da capacitação, o residente passa por disciplinas teóricas como Gestão e Políticas Públicas de Saúde e Desenvolvimento de Projetos de Pesquisa e Anatomia. Participa ainda de discussões de caso e outras reuniões multidisciplinares.
Na parte prática, atua principalmente em grandes centros hospitalares, e passa por especialidades que tratam pacientes com radiação ionizante, principalmente. Monitoram os tratamentos de perto, e também o funcionamento dos equipamentos, além de realizarem planejamentos clínicos, prescreverem dosimetria de radiações e gerenciamento de programas de garantia de qualidade.
Para essa especialidade, não há uma carga obrigatória de plantões, mas eles podem acontecer eventualmente. Entretanto, a rotina é bastante puxada, uma vez que todo esse trabalho analítico exige muita atenção. É importante ressaltar que todas as atividades são supervisionadas por tutores e preceptores experientes, que compartilham conhecimentos e contribuem muito para a formação do físico médico.
Uma das melhores residências em Física Médica no Brasil também é da USP. Por lá, você já deve saber que a concorrência é pesada, então é preciso mergulhar nos estudos, em especial porque essa é uma especialidade de acesso direto, o que amplia o número de candidatos. Mas há outras boas universidades com excelentes programas, então não deixe de pesquisar a respeito.
Como você pode ver, esse é um profissional que vai crescer, e muito, no contexto hospitalar e científico. Ele será responsável por inovações em processos de cuidado, manutenção da saúde, tratamento e diagnóstico, e se bem inserido em uma boa instituição, poderá fazer muitas contribuições a nível global de atendimento e pesquisa.
Gostou de saber o que é Física Médica e o que faz esse especialista? Se você acha que essa carreira é para você, saiba que o caminho a ser percorrido é longo e desafiador. Afinal, você precisa passar na residência médica e se dedicar muito para ter bons resultados no programa.
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Catarinense e médico desde 2015, Djon é formado pela UFSC, fez residência em Clínica Médica na Unicamp e faz parte do time de Medicina Preventiva da Medway. É fissurado por didática e pela criação de novas formas de enxergar a medicina. Siga no Instagram: @djondamedway