Fala, pessoal! O tema hoje é qSOFA e a sepse. É claro que a sepse é um tema muito debatido devido a sua morbimortalidade. Mas quando falamos da sua epidemiologia, a maioria dos estudos abrangem pacientes adultos e sugerem taxas de mortalidade entre 20% e 50%, ou seja, valores expressivos e alarmantes. Hoje a sepse é a principal causa de morte por infecção, especialmente se não for reconhecida e tratada imediatamente, sendo uma das condições mais frequentes no mundo que exigem cuidados em unidades de terapia intensiva (UTI).
Hoje se sabe que os pacientes que sobrevivem à sepse, grande parte das vezes apresentam sequelas físicas, psicológicas e cognitivas de longo prazo, o que pode impactar não somente a saúde desse paciente, mas sua parte psicológica, constituindo um grande problema social. Ou seja, são diversas as características que nos provam que a abordagem de um paciente séptico deve ser sistematizada e de pronto diagnóstico para evitar maiores consequências ao paciente. Bora saber mais sobre o qSOFA e sua relação com a sepse pra estarmos preparados?
Devido aos dados alarmantes de sua prevalência, constantemente são feitas atualizações na definição, classificação e abordagem de um séptico, na tentativa de diminuir a morbimortalidade e obtenção de um melhor prognóstico. Entre elas temos o ILAS (Instituto Latino Americano de Sepse), Sepsis-1, Sepsis-2, e a mais atual que é o Sepsis 3 (a qual faz uso dos escores SOFA e qSOFA). Porém, cabe ressaltar que algumas instituições fazem uso preferencialmente do ILAS, e outras do Sepsis-3.
Afinal: o que é sepse? A definição atual diz que sepse é uma resposta desregulada que um hospedeiro apresenta à uma infecção, levando a uma disfunção orgânica potencialmente fatal.
Nessa mais recente definição, a sepse passou a ser caracterizada pela disfunção orgânica, e como forma de mensurá-la, foi criado o escore Sequential Organ Failure Assessment (SOFA).
O escore SOFA é considerado padrão ouro no diagnóstico da sepse, e não deve ser usado para manejo do paciente, apenas para caracterizá-lo. Sua pontuação vai de zero a 4. Quando os valores são maiores ou iguais a 2, temos diagnosticada uma disfunção orgânica. Mesmo sendo padrão ouro, possui uma limitação devido a sua aplicabilidade, pois depende de exames laboratoriais (como uréia e creatinina…) para preencher os critérios, ou seja, não permite pronto diagnóstico.
Além do escore SOFA, temos também o qSOFA (quickSOFA), que abrange parâmetros mais práticos e de maior aplicabilidade: PA sistólica <100 mmHg, FR>22irpm e Glasgow<15. Cada parâmetro vale 1 ponto (0 a 3) e se for maior ou igual a 2, sugere maior mortalidade ou de maior permanência na UTI. E vale ressaltar que deve-se suspeitar de uma possível infecção em pacientes que não foram previamente reconhecidos como infectados quando o qSOFA está alterado.
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É justamente isso que o Sepsis-3 nos trouxe. Pesquisadores concluíram que o SOFA é melhor utilizado a beira leito em pacientes com suspeita de infecção, que já estão hospitalizados na unidade de terapia intensiva. Sua validade preditiva foi melhor que as do critério anterior (SIRS), que ainda hoje é utilizado. Dessa forma, o SOFA deve ser utilizado como critério clínico para diagnóstico de sepse em UTI.
Também concluíram que o qSOFA possui alto valor preditivo para mortalidade hospitalar para pacientes fora da UTI, sendo também estatisticamente mais significativo que o critério SIRS. Ou seja, qSOFA deve ser utilizado como critério de triagem clínica para se diagnosticar sepse.
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*Colaborou: Gabriel Lucano.
Nascido em 1993, em Maringá, se formou em Medicina pela UEM (Universidade Estadual de Maringá). Residência em Medicina de Emergência pelo Hospital Israelita Albert Einstein.