O tratamento da endocardite infecciosa: saiba mais!

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Fala, pessoal, como estão? A EI é uma doença extremamente prevalente nos cenários de prática e tema recorrente nas provas de residência. Pensando nisso, hoje vamos te explicar tudo sobre o tratamento da endocardite infecciosa! Bora lá?

Entenda mais sobre o tratamento da endocardite infecciosa – Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/cardiology-vector-illustration-this-disease-calls-1669611085

Tratamento com terapia antimicrobiana para endocardite infecciosa

O manejo da EI inclui diagnóstico imediato, tratamento com terapia antimicrobiana e, em alguns casos de EI complicada, manejo cirúrgico. Medidas preventivas, incluindo profilaxia antimicrobiana, podem reduzir o risco de EI inicial e recorrente para pacientes com fatores de risco relevantes e indicações formais para tal.

O atraso no diagnóstico e tratamento da endocardite infecciosa pode estar associado a complicações, incluindo regurgitação valvar, insuficiência cardíaca (IC),  eventos embólicos e sepse. 

A terapia antimicrobiana é o pilar do tratamento da endocardite infecciosa e para o tratamento adequado é necessário manter o paciente internado por um longo período (pelo menos um mês), em uso de antibióticos endovenoso em altas doses, essencialmente guiados por culturas e analisando os fatores de risco de cada caso.

Terapia empírica: quando ou não recomendar

Em decorrência da alta mortalidade, em torno de 25%, devemos ficar atentos às complicações clínicas possíveis.

Para os pacientes com suspeita sem sintomas agudos, a terapia empírica nem sempre será necessária e pode ser adiada até que os resultados da hemocultura estejam disponíveis, principalmente porque o diagnóstico microbiológico preciso é um primeiro passo crítico no planejamento da estratégia de tratamento. 

Para pacientes agudamente doentes com sinais e sintomas fortemente sugestivos, a terapia empírica é indicada. A escolha deve considerar os patógenos prováveis, abrangendo principalmente: estafilococos, estreptococos e enterococos.

A abordagem inicial deve ser conduzida de acordo com a manifestação:

  • Endocardite Infecciosa subaguda em valva nativa:

Penicilina cristalina (4 semanas) + Gentamicina (4 semanas)

  • Endocardite Infecciosa subaguda em prótese (>1 ano de implante):

Penicilina cristalina (6 semanas) + Gentamicina (6 semanas)

  • Endocardite Infecciosa aguda em valva nativa:

Oxacilina (4 semanas) + Gentamicina (2 semanas)

  • Endocardite Infecciosa em prótese (<1 ano de implante):

Vancomicina (6 semanas) + Gentamicina (2 semanas)

Associado à Rifampicina (6 semanas)

  • Endocardite Infecciosa lado direito:

Oxacilina (2-4 semanas) + Gentamicina (2 semanas)

  • Endocardite Infecciosa por Fungos (75 % por Candida sp.):

Anfotericina (6-8 semanas, seguida de tratamento cirúrgico)

E se houver mais complicações?

Por fim, é indicado a repetir o ecocardiograma se houver suspeita de uma nova complicação da EI, dentre elas: novo sopro, complicações embólicas, insuficiência cardíaca nova ou progressiva e desenvolvimento de bloqueio atrioventricular. 

Além disso, os pacientes com EI devido a organismos orais comuns devem ser submetidos a uma avaliação odontológica completa. Por ser uma das doenças infecciosas mais letais, a EI tem como fator prognóstico a diminuição entre o tempo de diagnóstico e início do tratamento. 

O entendimento dos fatores determinantes para etiologia e evolução da endocardite infecciosa, pode contribuir de maneira significativa para elaborar estratégias de prevenção da patologia e com isso reduzir o impacto de tal doença na qualidade de vida das populações atingidas. 

Então é isso que queríamos falar sobre o tratamento da endocardite infecciosa

É isso, pessoal! Esperamos que tudo tenha ficado claro e que você tenha compreendido o tratamento da endocardite infecciosa! Se você quiser aprender muito mais sobre diversos outros temas, conheça o PSMedway! Esse é nosso curso de Medicina de Emergência, que irá te preparar para a atuação médica dentro da Sala de Emergência!

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Referências

Wang, A. Pathogenesis of vegetation formation in infective endocarditis. UpToDate. 2022. Disponível em: < http://www.uptodate.com/online>. Acesso em: 20/01/2022

Wang, A. Overview of management of infective endocarditis in adults. UpToDate. 2022. Disponível em: < http://www.uptodate.com/online>. Acesso em: 20/01/2022

https://abccardiol.org/wp-content/uploads/articles_xml/0066-782X-abc-112-02-0201/0066-782X-abc-112-02-0201-pt.x44344.pdf

Bignoto, Tiago. Valve Basics – Valvopatia do Básico ao Avançado. 1ª ed. São Paulo: The Valve Club, 2021.

MURDOCH DR, et al. Clinical presentation, etiology, and outcome of infective endocarditis in the 21st century: the International Collaboration on Endocarditis – Prospective Cohort Study. Archives Internal Medicine. Chicago, v. 169, n. 5, p. 463-473, 2009

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AmandaMazetto

Amanda Mazetto

Formação em Medicina na Universidade Nove de Julho pelo FIES. Pesquisa no Instituto do Coração de São Paulo da Faculdade de Medicina da USP.