E aí, pessoal! Hoje vamos falar sobre um tópico muito presente nos atendimentos no pronto-socorro que é a pneumonia adquirida na comunidade. Porém, mais especificamente do que falar sobre pneumonias, vamos elucidar, de vez, quando o paciente possui critérios de internação no setor de Terapia Intensiva.
A pneumonia corresponde a um processo infeccioso do parênquima pulmonar ao nível das vias aéreas inferiores.
No caso da pneumonia adquirida na comunidade (PAC), considera-se o processo infeccioso em que o microrganismo é adquirido fora do ambiente hospitalar.
Também são considerados PACs os casos em que há pneumonia nas primeiras 48 horas de permanência no hospital. Afinal, a flora ainda é da comunidade, sendo que após 48 horas no ambiente hospitalar é considerado pneumonia nosocomial.
Os principais microrganismos envolvidos são os germes típicos e os germes atípicos.
Com relação à Pneumonia por agentes típicos (Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae, Klebsiella pneumoniae e Pseudomonas aeruginosa), o quadro clínico caracteriza-se por instalação hiperaguda de tosse produtiva com expectoração purulenta, febre alta, dispneia, taquipneia, taquicardia e dor torácica ventilatório dependente.
Ao exame de imagem, podemos observar pneumonia lobar ou broncopneumonia. Já a pneumonia por agentes atípicos (caracterizados por não serem detectados por coloração Gram, não serem isolados em cultura e por apresentarem resistência a betalactâmicos), são pneumonias causadas por:
A pneumonia por agentes atípicos lembra um quadro viral prolongado. No exame de imagem, pode-se notar a dissociação clínico-radiográfica, com um exame físico pulmonar normal ou com poucas alterações, mas com imagem com infiltrado intersticial maior do que o esperado.
Agora que relembramos um pouco sobre pneumonia adquirida na comunidade, vamos falar sobre estratificação de prognóstico e indicações de Terapia Intensiva!
Conceitos:
Vantagens:
Desvantagens:
Classificação – Classe I:
Classificação – Demais classes:
ESCORE DE PONTOS PORT | |
ETAPA 1 | |
Variável Analisada | Pontos |
Dados Demográficos | |
Idade | Homem = IdadeMulher = Idade – 10 |
Residência em Asilo | + 10 |
Comorbidades | |
Neoplasia | + 30 |
Doença Hepática | + 20 |
Insuficiência Cardíaca Congestiva | + 10 |
Doença Cerebrovascular | + 10 |
Doença Renal | + 10 |
Exame Físico | |
Sensório Alterado | + 20 |
FC 125 bpm | + 10 |
FR 30 irpm | + 20 |
PAS < 90 mmHg | + 20 |
Temp < 35ºC ou 40ºC | + 15 |
ETAPA 2 | |
Variável Analisada | Pontos |
Exames Complementares | |
pH arterial < 7,35 | + 30 |
Ureia 78 mg/dl | + 20 |
Sódio < 130 mEq/L | + 20 |
Glicose 250 mg/dl | + 10 |
Ht < 30% | + 10 |
PaO2 < 60 mmHg | + 10 |
Derrame Pleural | + 10 |
Total | Soma dos Pontos |
CLASSIFICAÇÃO PSI/PORT | |||
Classe | Pontos | Mortalidade | Local de Tratamento |
I | – | 0,1% | Ambulatório |
II | 70 | 0,6% | Ambulatório |
III | 71 – 90 | 2,8% | Ambulatório ou Internação Breve |
IV | 91 – 130 | 8,2% | Internação |
V | > 130 | 29,2% | Internação (UTI?) |
ESCORE CURB-65 | |||
Sigla | Variável | Alteração | Pontuação |
C | Confusão Mental | Presente | 1 |
U | Ureia | Ur 43 mg/dl | 1 |
R | Respiração | FR 30 irpm | 1 |
B | Baixa Pressão | PAS < 90 ou PAD < 60 mmHg | 1 |
65 | Idade (65 anos) | 65 anos | 1 |
Local de tratamento:
Resumo: Pelos escores prognósticos, indica-se UTI para paciente com PORT/PSI classe V e CURB-65 com 3 a 5 pontos.
Além dos escores acima, devemos avaliar se o paciente possui critérios para pneumonia adquirida na comunidade grave.
Critérios Maiores:
Critérios Menores:
Assim, indica-se UTI se presença de 1 critério MAIOR ou 3 critérios MENORES!
Um ponto importante de que não devemos esquecer em relação aos pacientes com pneumonia adquirida na comunidade e indicação de UTI:
Para pacientes internados em UTI, devemos sempre avaliar o risco de infecção por Pseudomonas aeruginosa e risco de anaeróbios, para melhor adequação da antibioticoterapia!
Agora já discutimos sobre a pneumonia adquirida na comunidade! Mas ainda há mais conteúdo sobre essa doença para explorar, né? Então, fique de olho no nosso blog para saber mais!Continuem estudando e nos encontramos em breve! Ah, e se quiser conferir mais conteúdos de Medicina de Emergência, dê uma passada na Academia Medway. Por lá, disponibilizamos diversos e-books e minicursos completamente gratuitos.
Residência em Clínica Médica no Hospital das Clínicas da FMUSP. Graduação em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Intercâmbio acadêmico em estágio de pesquisa científica na Harvard Medical School/Brigham and Women's Hospital. Experiência como Médica-Preceptora da Disciplina de Emergências Clínicas da FMUSP.