Fala, pessoal! A unidade de terapia intensiva (UTI) é um ambiente hospitalar de alta complexidade organizado para oferecer suporte vital, com múltiplas modalidades de monitorização e suporte avançados para manter a vida durante condições clínicas de gravidade extrema e risco de morte.
Essa assistência é prestada de forma contínua, 24 horas por equipe multidisciplinar especializada.
A falta de leitos especializados em cuidados intensivos e os elevados custos para atender a demanda são um dos principais pontos limitantes para admissões em unidades UTI. Dessa forma, faz-se necessário racionalizar uma conduta para admissão desses pacientes. Bora lá conhecer quando indicar UTI para os pacientes?
As UTI podem ser classificadas conforme o nível de atenção que atendem e o grau de complexidade de recursos humanos e tecnológicos que oferecem atendimento aos pacientes que necessitam de nível de atenção alto e unidades de cuidados intermediários (UCI) ou unidade semi-intensiva.
Além disso, podem ser classificadas como gerais ou mistas, recebendo pacientes de todas as especialidades, ou concentrar sua assistência em um subgrupo de pacientes. As unidades especializadas podem possuir pacientes queimados (unidade de queimados), cardiopatas (unidade coronariana ou cardiovascular) e neurológicos (unidade neurológica ou de AVC).
Recomenda-se que os profissionais de UTI compreendam ferramentas para avaliar a gravidade da doença e o prognóstico de pacientes críticos. Esses instrumentos, em conjunto com o julgamento clínico, representam as melhores ferramentas atualmente disponíveis para determinar o prognóstico.
Assim, em primeiro lugar, os pacientes admitidos na UTI devem atender a um ou mais dos seguintes critérios:
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O sistema baseado em níveis de prioridade define aqueles que mais se beneficiarão da UTI até aqueles que não se beneficiarão da internação na UTI.
O nível de prioridade 1 são direcionado aos pacientes instáveis e criticamente doentes que precisam de tratamento intensivo e monitoramento que não podem ser fornecidos fora da UTI. Geralmente, esses tratamentos incluem suporte ventilatório, infusões contínuas de drogas vasoativas.
Os pacientes de prioridade 1 geralmente não têm limites para a extensão da terapia que devem receber. Exemplos desses pacientes podem incluir pacientes pós-operatórios ou com insuficiência respiratória aguda que necessitam de suporte ventilatório mecânico e pacientes em choque ou hemodinamicamente instáveis recebendo monitoramento invasivo e/ou drogas vasoativas.
Eles que requerem monitoramento intensivo e podem precisar de intervenção imediata estão no nível 2 de prioridade. Não há limites terapêuticos geralmente estipulados para esses pacientes. Exemplos incluem pacientes com comorbidades crônicas que desenvolvem doença clínica ou cirúrgica aguda grave.
Pacientes nível 3 de prioridade são os instáveis que estão gravemente doentes, mas têm uma probabilidade reduzida de recuperação devido à doença subjacente ou à natureza de sua doença aguda.
Eles podem receber tratamento intensivo para aliviar a doença aguda, no entanto, os limites dos esforços terapêuticos podem ser estabelecidos, como não intubação ou ressuscitação cardiopulmonar. Exemplos incluem pacientes com malignidade metastática complicada por infecção, tamponamento cardíaco ou obstrução das vias aéreas.
Nível de prioridade 4: Estes são pacientes que geralmente não são apropriados para admissão na UTI. A admissão desses pacientes deve ser individual, em circunstâncias incomuns, e a critério do Diretor da UTI.
Nesse nível, os pacientes podem ser classificados em categorias, como a categoria A, paciente com pouco ou nenhum benefício antecipado dos cuidados na UTI com base no baixo risco de intervenção ativa que não pode ser administrada com segurança em um ambiente fora da UTI (bem demais para se beneficiar dos cuidados na UTI);
Os exemplos incluem pacientes com: cirurgia vascular periférica, cetoacidose diabética hemodinamicamente estável, insuficiência cardíaca congestiva leve, overdose consciente de drogas.
Outros pacientes com doença terminal e irreversível em iminência de morte estão na categoria B. As patologias ou situações que encaixam os pacientes nessa categoria são:
Os critérios listados abaixo podem ser modificados com base nas circunstâncias locais. São arbitrários, mas uma excelente ferramenta para auxiliar no processo de admissão dos pacientes na UTI.
Pulso: < 40 ou > 150 batimentos/min;
Pressão arterial sistólica: < 80 mmHg ou 20 mmHg abaixo da pressão habitual do paciente;
Pressão arterial média: < 60 mmHg, pressão arterial diastólica >120 mmHg;
Frequência respiratória: > 35 respirações/min.
Sódio sérico: < 110 mEq/L ou > 170 mEq/L;
Potássio sérico: < 2,0 mEq/L ou > 7,0 mEq/L, paO 2 < 50 torr (6,67 kPa), pH < 7,1 ou > 7,7;
Glicose sérica: > 800 mg/dL;
Cálcio sérico: > 15 mg/dL, nível tóxico de droga ou outra substância química em um paciente hemodinamicamente ou neurologicamente comprometido.
Hemorragia vascular cerebral, contusão ou hemorragia subaracnóidea com alteração do estado mental ou sinais neurológicos focais, ruptura de vísceras, bexiga, fígado, varizes esofágicas ou útero com instabilidade hemodinâmica.
Infarto do miocárdio com arritmias complexas, instabilidade hemodinâmica ou insuficiência cardíaca congestiva, taquicardia ventricular sustentada ou fibrilação ventricular, bloqueio cardíaco completo com instabilidade hemodinâmica.
Pupilas desiguais em um paciente inconsciente, queimaduras cobrindo > 10% da área de superfície corporal, anúria, obstrução das vias aéreas, coma, convulsões contínuas, cianose, tamponamento cardíaco.
Os pacientes admitidos na UTI devem ser reavaliados continuamente para identificar aqueles estabilizados e se não houver mais necessidade de monitoramento e tratamento no local.
Os critérios de alta das unidades de cuidados intensivos devem ser semelhantes aos critérios de admissão para o próximo nível de cuidados, como cuidados intermediários, quando disponíveis. No entanto, nem todos os pacientes necessitam de cuidados intermediários após a alta da UTI.
Depois de todas essas informações sobre indicações de UTI, lembre-se de que a decisão sobre a admissão de pacientes em UTI são, além de complexas, desafiadoras.
Assim, conhecer os critérios objetivos, pautados em níveis de prioridades, parecem ser eficientes na triagem de pacientes que terão maiores benefícios do suporte de terapia intensiva, melhorando a utilização dos recursos disponíveis.
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Referências
Formação em Medicina na Universidade Nove de Julho pelo FIES. Pesquisa no Instituto do Coração de São Paulo da Faculdade de Medicina da USP.