Você sabe como desenvolver habilidades de raciocínio clínico? Ele é extremamente importante para médicos e profissionais de saúde, em especial diante de casos mais complexos e que precisam de condutas ou cuidados mais específicos.
Entretanto, é possível exercitá-lo mesmo em situações mais corriqueiras. Afinal, a prática clínica por si só determina a necessidade de diagnósticos precisos e tomadas de decisões. Quer saber mais sobre o assunto e entender como trabalhar essa competência? Continue a leitura deste artigo e aproveite para tirar suas dúvidas.
Para começar, é preciso entender melhor o que é raciocínio clínico. Ele pode ser descrito como um processo cognitivo no qual o médico realiza o diagnóstico do paciente e determina a melhor conduta a ser tomada de acordo com o problema.
Ou seja, o médico elabora, em um curto espaço de tempo, uma estratégia completa para se chegar à solução de uma situação clínica. Pode-se considerar essa como uma habilidade básica do exercício médico. Isso porque é impossível ser um bom profissional se o raciocínio clínico não se mostrar rápido e preciso.
Sim, de fato a tecnologia trouxe muitas evoluções para diagnósticos e tratamentos. Contudo, ela não trabalha sozinha: é a ação do médico que estabelece as condutas que serão utilizadas, com ou sem a ajuda da tecnologia.
Além disso, o raciocínio clínico depende de vários fatores. Entre eles, os mais importantes são:
Parece estranho em um primeiro momento, mas acredite, essas informações, quando negligenciadas, podem ser justamente o que induz e agrava os sintomas do paciente. Sendo assim, é preciso avaliar essas informações elementares para determinar a atenção e a conduta.
Para desenvolver o raciocínio clínico, é fundamental investir em uma preparação completa para antes e durante a consulta. Veja a seguir, quais passos você precisa cumprir para conseguir uma prática pautada no raciocínio e na humanização do atendimento.
Para começar, você deve planejar a consulta. Ela precisa se adequar ao local de atendimento, para que a anamnese se encaixe dentro do padrão daquele ambiente e da necessidade do paciente.
Por exemplo, a atenção básica requer uma consulta mais longa, enquanto na UTI ela é mais urgente, porque visa estabilizar o paciente o quanto antes. É importante se preparar com antecedência para todos os locais, de acordo com o cronograma que determina onde você será alocado.
Depois, você precisa adquirir bons dados. Tanto os que dizem respeito ao próprio paciente e sua vida, em conversa com ele ou com seus acompanhantes, quanto a sintomas físicos encontrados em exames iniciais.
Além disso, é hora de usar seu conhecimento e estudos, além de fontes de pesquisa, informações já estudadas e toda a bagagem que você tem até o momento. Assim, ficará mais fácil cruzar o que você sabe para se chegar a um resultado.
A partir desse cruzamento de dados, será hora de avaliar os resultados para partir para um quadro de diagnósticos. É preciso listar as possibilidades e determinar as condutas que seriam tomadas ali dentro.
Em seguida, o médico conseguirá visualizar o que se aproxima com precisão da condição do paciente. E assim, poderá finalmente iniciar a tomada de decisões.
A tomada de decisões parte do quadro de diagnósticos. É por meio dele que o médico consegue ordenar hipóteses, enumerar alternativas, e enfim determinar os testes que serão realizados para comprovar a condição.
Se preciso for, mais de um teste será realizado para confirmar os resultados ou reforçar a probabilidade de um problema de saúde. Assim, as hipóteses são eliminadas até que sobre a oficial.
O raciocínio clínico é o que permite que um paciente não tenha que passar muito tempo na espera por uma solução para seus problemas. É por causa dessa habilidade que os atendimentos são agilizados e humanizados, então é dever do profissional se comprometer em desenvolvê-la continuamente.
Além disso, o raciocínio clínico é pautado em um método chamado hipotético dedutivo. Ele surgiu a partir de estudos e experiências médicas na década de 1970, quando médicos e residentes foram observados em suas ações e as explicações sobre como chegaram a uma decisão foram ouvidas, registradas e comparadas.
Esse método é o que reforça a segurança da elaboração de hipóteses, e o caminho percorrido por meio da coleta de informações e testes diagnósticos para um resultado assertivo. São muitos anos de pesquisas e práticas que comprovam a eficácia desse método e reforçam o quanto ele é importante para o bem-estar do paciente.
Para completar, não se esqueça de que o raciocínio clínico é o que ajuda em situações mais graves e que requerem condutas mais urgentes. Ou seja, situações muito comuns em plantões ou em ambientes hospitalares com um grande fluxo de pessoas. Quanto mais seu raciocínio é treinado, mais pacientes são encaminhados para tratamento e não têm suas condições agravadas.
Vale lembrar que essa não é a única habilidade essencial a um médico. É indispensável também trabalhar as soft skills e o mindset, tanto para prestar cuidados de excelência aos pacientes quanto para se destacar como residente ou profissional experiente ao longo de sua carreira.
É isso aí! O próximo passo é começar a desenvolver suas habilidades de raciocínio clínico com a ajuda de nossas dicas. A residência médica é um ótimo momento para treiná-lo, então não tenha medo de se aproximar de seus pacientes e estreitar laços. Além de se comprometer a continuar a estudar e a se manter atualizado dentro de sua especialidade.
Quer saber mais sobre outros assuntos que podem contribuir para sua prática diária? Saiba mais sobre a simulação clínica e conheça a importância para o aprendizado médico.
Fluminense, Nascido na cidade de Niterói-RJ em 1993. Formado também em Niterói na UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE (UFF) com término em 2018. Posteriormente, realizei residência em Clínica Médica na USP-RP com conclusão em 2021. Existem 2 frases relacionadas a parte educacional: 1) Sem o esforço da busca é impossível a alegria do encontro; 2) Quem não sabe o que procura não encontra o que vê."