Fala, turma! Beleza? Hoje, é dia de falar sobre o raio-x de abdome. A cavidade abdominal contém muitos órgãos e estruturas de extrema importância na compreensão de grande parte das patologias.
A tomografia ou a ressonância magnética oferece um leque maior para o estudo, mas não dá jamais subestimar o valor do raio-x de abdome e deixar de lado a habilidade de utilizá-lo. Para isso, domine a anatomia normal do abdome e identifique quando há algo de errado.
Muitos radiologistas acreditam que a radiografia de abdome é um método quase morto, enquanto outros ainda dão muito valor à interpretação. A verdade é que, apesar de menos moderna, a radiografia de abdome ainda pode ser muito útil se for indicada corretamente, aproveitando todo o potencial.
Como já falamos, outros exames de imagens são mais utilizados em determinados casos e complexidades. Porém, falando exclusivamente do raio-x de abdome, existem alguns quadros clínicos indicados:
A técnica básica da radiografia abdominal é a aquisição da imagem em projeção anteroposterior (AP) com o paciente em decúbito dorsal. Caso haja suspeita de pneumoperitônio (abdome agudo perfurativo) ou obstrução intestinal, pode-se adquirir uma incidência adicional em ortostase.
A ortostase ajuda no deslocamento superior do gás fora das alças, na melhor identificação do pneumoperitônio e na identificação de níveis hidroaéreos no interior de alças intestinais obstruídas.
Na prática, quase sempre a “rotina do abdome agudo” será solicitada, composta por uma radiografia do tórax em PA, radiografias do abdome em decúbito dorsal e em ortostase.
No hipocôndrio direito, observa-se o contorno hepático, o que permite identificar uma hepatomegalia, por exemplo. Já no hipocôndrio esquerdo, pode-se identificar o contorno esplênico, em que se deve procurar por sinais de esplenomegalia.
Nas regiões paravertebrais, logo abaixo das últimas costelas, são vistas as sombras renais (esquerda um pouquinho mais alta, geralmente) e as sombras dos músculos psoas maiores.
Cálculos renais grandes e densos costumam aparecer no raio-x de abdome, sendo indicado no caso de nefrolitíase. Não dá para ver os contornos do pâncreas, mas é possível inferir a localização, o que permite ver algumas alterações, como calcificações pancreáticas na pancreatite crônica.
Com bastante qualidade, é possível avaliar a distribuição dos gases intestinais nos órgãos ocos. O estômago pode ou não conter gás. Geralmente, observa-se em pequena quantidade, o que chama-se bolha gástrica, que fica localizada normalmente no hipocôndrio esquerdo, abaixo da cúpula diafragmática esquerda.
O intestino delgado apresenta quase nenhum gás normalmente (exceto nas crianças, que choram e engolem bastante ar). O intestino grosso constitui a moldura da radiografia abdominal. Os cólons têm posição periférica e geralmente são preenchidos por gás e fezes.
Além da característica posição no abdome, é possível identificar alças cólicas pela assinatura, haustrações, saculações identificadas como pregas incompletas nas paredes dos cólons.
Atente-se às cúpulas diafragmáticas, pois, muitas vezes, ali identifica-se um pneumoperitônio, que geralmente representa a perfuração de uma víscera oca. As principais causas são:
O pneumoperitônio é identificado com maior facilidade nas imagens em ortostase (raio-x de abdome ortostático ou raio-x de tórax ortostático), como um acúmulo de gás abaixo das cúpulas diafragmáticas.
Agora que você já está fera na anatomia do raio-x de abdome, que tal continuar ampliando seus estudos? Afinal, você nunca sabe o que te espera no próximo plantão, não é mesmo? Então, fique ligado!
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