Rede de saúde mental do SUS: conheça os novos planos do governo brasileiro

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O Sistema Único de Saúde (SUS) garante atendimento gratuito a toda a população brasileira. Apesar das dificuldades, o SUS ainda consegue suprir boa parte das demandas. Em pauta nos últimos anos, a instituição começou a oferecer uma rede de saúde mental.

Recentemente, o Ministério da Saúde investiu aproximadamente R$21 milhões para atender pessoas com problemas de saúde mental e que sofrem com vício em drogas.

Leia nosso post e saiba mais sobre a rede de saúde mental do Sistema Único de Saúde. Fique a par dos novos planos do governo brasileiro!

Conheça a rede de saúde mental do SUS ampliada

A saúde mental é uma das principais pautas da gestão atual do Ministério da Saúde. A ampliação na rede de saúde mental envolveu o investimento de R$21,3 milhões para atender vítimas de problemas mentais ou que sofrem com o uso de álcool ou drogas.

Três portarias do governo federal foram publicadas no Diário Oficial da União, anunciando os investimentos da Raps (Rede de Atenção Psicossocial).

Aproximadamente, R$9 milhões vão ser investidos anualmente em SRT (Serviços Residenciais Terapêuticos). São serviços urbanos que procuram responder às demandas de moradia de pacientes com problemas de saúde mental que passaram muito tempo internados.

Além disso, a rede de saúde mental investirá 49 novos leitos em hospitais gerais, cujo investimento anual é de R$3,2 milhões.

Outra tendência na rede de saúde mental é o fechamento gradual dos hospitais de custódia, que está previsto há mais de 20 anos na Lei Antimanicomial, cuja regulamentação cabe à Política Antimanicomial do Poder Judiciário.

Por que é bom investir na rede de saúde mental?

Para o médico, atuar na rede de saúde mental é uma boa oportunidade para desenvolver habilidades e impulsionar sua carreira. Ainda existe certo receio em atuar com doentes mentais devido à complexidade que essa área envolve.

Mas é importante se aprofundar, conhecer mais, compreender a importância do desenvolvimento na área de saúde mental. Considere, ainda, que pode ser uma área interessante e lucrativa para o médico. Veja alguns motivos para atuar na rede de saúde mental:

Os impactos da pandemia

A pandemia de Covid-19 gerou uma nova pandemia, agora de transtornos mentais, com realce para a depressão. A necessidade de isolamento social, aliada à preocupação com a disseminação cada vez crescente do coronavírus, gerou aumento nos transtornos depressivos e ansiosos.

As pessoas se assustaram com os casos mortais e com a falta de controle sobre o vírus, que passava por mutações rápidas e se apresentava cada vez mais resistente.

Essa tendência se mantém, mesmo depois da descoberta e da liberação da vacina. Os conflitos emocionais alcançaram patamares alarmantes.

No primeiro ano da pandemia, o índice de ansiedade e depressão aumentou aproximadamente 25% conforme estimativa da OMS (Organização Mundial de Saúde). Já, em 2020, a OMS já avisava sobre a necessidade de serviços de assistência à rede de saúde mental, aumentando os atendimentos.

A estimativa é de que se perdem 12 bilhões de dias de trabalho por ano por causa da ansiedade e da depressão, gerando custo de quase um trilhão de dólares à economia mundial.

Quantidade de pessoas com doenças psicológicas

Outro motivo para investir na rede de saúde mental é a quantidade de pessoas com questões psicológicas. A OMS, em junho de 2022, fez a maior revisão sobre saúde mental desde a virada do século. Conforme o levantamento, quase um bilhão de pessoas tinham transtornos da mente em 2019, sendo que 14% desse total eram adolescentes.

Os problemas psicológicos são responsáveis por boa parte dos suicídios e tentativas de suicídio. Abuso infantil de natureza sexual e sofrimento devido a bullyings estão as causas mais importantes da depressão.

O relatório da OMS apresenta outros dados preocupantes: pessoas com problemas sérios de saúde mental morrem, geralmente, de 10 a 20 anos mais cedo que o resto das pessoas, especialmente por causa de doenças físicas que podem ser evitadas.

Os dados mostraram, ainda, que 71% dos pacientes com problemas mentais no mundo não tinham tratamento adequado. Em relação a países, internamente, os números continuam surpreendendo: nos países de alta renda, 70% das pessoas recebem tratamento; por outro lado, nos países de baixa renda, somente 12% recebem tratamento.

De acordo com a ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), 80% das pessoas que vivem nas ruas sofrem de doenças mentais e não têm tratamento. Já nos presídios, 12% da população sofre de doença mental grave.

Esses números mostram que existem muitas pessoas precisando de ajuda para enfrentar transtornos mentais. O médico pode atuar tanto na rede privada quanto na rede pública, dando sua contribuição para tratar e prevenir problemas graves da mente.

Estresse da vida cotidiana

O médico que atua na rede de saúde mental deve trabalhar também de forma preventiva, ou seja, ele desempenha um importante papel como profissional que ajuda a minimizar as ocorrências de transtornos que afetam a mente e as emoções.

O dia a dia das pessoas é muito agitado. Hoje em dia, seja no campo, seja na cidade, a população leva, em geral, uma rotina corrida. Há a pressão no trabalho, os problemas familiares, os conflitos íntimos e de relacionamento e assim por diante.

As pessoas precisam de orientação e tratamento preventivo para evitar que o estresse do dia a dia se transforme em depressão ou outro problema mental sério.

A síndrome de burnout, por exemplo, é um transtorno grave que está em alta. Ela afeta a vida de pessoas de todas as idades, em diferentes atividades, inclusive na área de saúde.

O que achou do investimento da nova rede de saúde mental?

Depois de entender como funciona a rede de saúde mental no Brasil e por que vale a pena atuar nela, aproveitando as oportunidades que o setor oferece.

Afinal, vale a pena aproveitar as possibilidades que a rede de saúde mental oferece para ganhar mais espaço no mercado atual. Além disso, diante das necessidades da população brasileira, o médico que trabalha nesse setor dá sua parcela de contribuição para melhorar a qualidade de vida das pessoas.

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DjonMachado

Djon Machado

Catarinense e médico desde 2015, Djon é formado pela UFSC, fez residência em Clínica Médica na Unicamp e faz parte do time de Medicina Preventiva da Medway. É fissurado por didática e pela criação de novas formas de enxergar a medicina. Siga no Instagram: @djondamedway