Você sonha com a especialização em Neurologia? Se ainda não sabe em que instituição cursar, já está mais do que na hora de decidir, pois, vai passar boa parte dos próximos três ou até quatro anos lá. Uma das opções é a residência em Neurologia na USP, cada vez mais procurada em SP.
De acordo com as regras da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) e do Ministério da Educação (MEC), a residência em Neurologia tem três anos obrigatórios. No caso de alguns programas, incluindo o da USP, a duração passou para quatro anos recentemente. Então, prepare-se para um ano a mais de estudo!
Para contar se a vivência no maior sistema acadêmico de saúde da América Latina é o que você espera, conversamos com a Sara, R2, e o José, R3 na residência em Neurologia na USP. Confira!
O primeiro ano da residência em Neurologia na USP é focado em Clínica Médica. De acordo com Sara, os residentes passam por estágios de dois meses em UTI, ambulatório, enfermaria, eletivo e pronto-socorro, um mês em Clínica Geral, outro em Cardiologia e mais um em Neurologia. Todos os estágios são realizados no HC, exceto os dois meses em enfermaria no Hospital Universitário.
No R2, o treinamento é dedicado à atenção hospitalar de Neurologia, com grande carga horária em enfermaria e pronto-socorro. No terceiro ano, as atividades seguem nos mesmos ambientes, mas são dedicadas, principalmente, a ambulatórios especializados.
“O quarto ano obrigatório de Neurologia foi aprovado e terá um papel de complementação de alguns assuntos que cresceram muito nos anos anteriores, mas os residentes ainda estão no R1”, comenta José.
Ambos residentes destacam o estágio em pronto-socorro em Neurologia como favorito devido ao atendimento de casos interessantes, à discussão e à realização de procedimentos variados, como punção de líquor. Nesse ciclo, segundo José, eles treinam as patologias da vida real e criam raciocínio de investigação.
“Em geral, é o estágio que as pessoas mais gostam, assim como eu, porque é bastante dinâmico e permite ver coisas novas todos os dias. Os chefes são muito bons, e as discussões de caso sempre têm muito a oferecer. A gente pega o caso do zero, na porta do PS, e temos que fazer toda a investigação inicial, de história, exame físico e complementares, o que traz bastante aprendizado”, explica Sara.
A residência médica na USP possui estágios eletivos no R3, em que os futuros neurologistas passam um mês treinando em outras instituições nacionais ou internacionais.
“Em geral, você observa uma área de maior interesse e procura um local de referência. Os assistentes ajudam bastante a estabelecer o contato”, diz José.
Os programas de residência médica devem se limitar a 60 horas semanais para os residentes estudarem e descansarem. Segundo Sara, esse não é o caso da Neurologia na USP. “Trabalho entre 70 e 80 horas, dependendo do estágio e da quantidade de plantões”.
Os estudantes possuem pós-plantão em todos os plantões noturnos do pronto-socorro. “No HC, há um estágio horizontal noturno por 15 dias, isto é, você fica de plantão de domingo até quinta, das 19 horas até as 7 horas. O dia seguinte é livre: você não tem mais nenhuma atividade. Então, o que acontece frequentemente em algumas residências, que você fica de plantão à noite e tem de trabalhar o dia todo depois, não acontece no PS”, explica José.
A residência em Neurologia na USP combina treinamento teórico e prático ao longo dos quatro anos. No R1, praticamente não há atividades teóricas. No período seguinte, os residentes recebem um cronograma com as dinâmicas organizadas na semana.
Às terças-feiras e quartas-feiras à tarde, os residentes possuem aulas com duração de aproximadamente duas horas sobre temas de Neuroanatomia, Semiologia Neurológica e Epilepsia. Às quintas-feiras, o período é dedicado às discussões de casos, em que alguns R2 apresentam vídeos de exames físicos, enquanto os demais participam como uma atividade de raciocínio neurológico.
“Também há algumas outras reuniões do departamento, semanalmente, nas quais, em geral, um R3 faz uma apresentação sobre algum tema relevante visto em algum caso recente”, conta Sara.
Para quem deseja se tornar um médico neurologista pela USP, é importante saber que há incentivo acadêmico por parte da instituição. Os alunos podem desenvolver artigos e se dedicar ao mestrado, tendo ajuda de profissionais mais experientes e chance de se desenvolver na carreira acadêmica.
“Os pontos fortes são inúmeros! A base teórica de Neuroanatomia e Semiologia é realmente muito boa, e isso faz um diferencial muito importante para estruturar o raciocínio clínico. Os assistentes são referências nas subespecialidades da Neurologia no país e interessados em que o residente aprenda”, diz José.
Ele ainda complementa reforçando o amplo serviço e o número de casos em todas as patologias, que ajudam no domínio das técnicas e dos atendimentos. O treinamento na residência em Neurologia na USP é feito com recursos de ponta, que poucos hospitais particulares possuem, o que facilita os procedimentos no dia a dia.
Apesar dos pontos positivos da residência médica em Neurologia, José acredita que o auxílio financeiro poderia ser melhorado. Isso porque a bolsa de residência, às vezes, não condiz com o custo de vida de uma cidade grande, como São Paulo.
Pensando nisso, a universidade disponibiliza alimentação gratuita no restaurante do hospital durante o almoço e o jantar, até aos finais de semana. “Também há a disponibilidade de moradia gratuita. Ela fica logo atrás do hospital. Dois residentes dividem um quarto”, diz Sara.
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Carioca da gema, nasceu em 93 e formou-se Pediatra pela UFRJ em 2019. No mesmo ano, prestou novo concurso de Residência Médica e foi aprovada em Neurologia no HCFMUSP, porém, não ingressou. Acredita firmemente que a vida não tem só um caminho certo e, por isso, desde então trabalha com suas duas grandes paixões: o ensino e a medicina. Siga no Instagram: @jodamedway