É comum que pessoas que desejam se especializar em uma área fiquem em dúvida sobre ser reumatologista ou ortopedista. Preparamos este artigo para auxiliar quem vive esse dilema. Para começar, que tal saber as principais diferenças e semelhanças entre essas duas especializações?
Tanto o reumatologista quanto o ortopedista têm muitos pontos em comum, mas também possuem diferentes modos de atuação e podem trabalhar em conjunto durante o tratamento em muitos momentos. Portanto, continue a leitura para compreender as especificidades de cada área.
Antes de abordar as particularidades de cada especialidade separadamente, vamos falar como essa parceria funciona. Os reumatologistas e os ortopedistas atuam em equipe para tratar de casos de problemas musculoesqueléticos.
Como o reumatologista é responsável pela parte clínica, pode precisar do auxílio do ortopedista, responsável pela parte cirúrgica, para analisar casos em que cirurgias sejam necessárias.
Agora, vamos explicar a fundo as especificidades e o foco de atuação de cada uma. Afinal, qual profissional trata a fibromialgia, a artrite e outras tantas doenças: reumatologista ou ortopedista?
Esse especialista é o responsável por tratar das doenças que, em algum momento da evolução, afetam as articulações, os músculos, os tendões, os ligamentos, as bursas e outras partes do sistema locomotor.
A coisa muda de figura ao descobrir que no, caso de lesões traumáticas ou quadros cirúrgicos, quem entra em ação é o ortopedista, como já dissemos.
Apesar do termo genérico ser o mais conhecido entre a maioria das pessoas, as doenças reumatológicas envolvem mais de duzentos quadros inflamatórios, degenerativos, metabólicos, autoimunes e até genéticos.
É fácil de perceber a presença de inflamação e dor como os principais sinais e sintomas das doenças tratadas pelo reumatologista, que limitam a qualidade de vida dos pacientes, podendo levar a deformidades e limitações se não forem tratadas adequadamente.
Uma doença reumatológica bem conhecida e comum na população brasileira é a osteoartrite: ela causa o desgaste das articulações do corpo, acometendo não apenas idosos, mas muitos jovens!
Outra doença bem comum tratada por esse especialista é a fibromialgia, que provoca uma dor crônica e difusa que afeta mais as mulheres, mas ainda não teve causa identificada. O que se sabe é que sintomas como cansaço, sono não reparador, alterações de memória e atenção, ansiedade, depressão são frequentemente relatados.
O trabalho do reumatologista é determinar o melhor tratamento a partir do diagnóstico. Em alguns casos, a cirurgia é indicada, e aí outros especialistas participam do processo, como os ortopedistas. Nas doenças autoimunes, os pacientes podem precisar de medicação para o controle do sistema imunológico.
Já os desgastes e as doenças degenerativas costumam ser tratados com terapia física, que engloba fisioterapia, acupuntura, terapia ocupacional, infiltrações e exercícios funcionais.
Grande parte do trabalho ocorre no consultório ou nos ambulatórios dos hospitais. Os pacientes com doenças crônicas costumam retornar sempre ao mesmo especialista, o que mantém o profissional com a agenda cheia, já que a confiança é o forte do relacionamento médico-paciente.
Com o aumento das atividades físicas praticadas pelas pessoas atualmente, também há crescimento na procura por esse especialista. De acordo com um levantamento feito pelo site Salário.com.br, a renda média bruta de um reumatologista no Brasil é de R$ 6.710,91 para uma jornada de trabalho de 22 horas semanais.
Para se tornar um especialista em Reumatologia, é preciso realizar previamente a residência em Clínica Médica, com duração de dois anos. Após esse período, o médico deve cursar mais dois anos de residência em Reumatologia.
Nas 60 horas de estudos semanais, 50% são atividades ambulatoriais. Os outros 50% são reservados para atuação em unidades de internação e interconsulta, medicina física e reabilitação, estágios complementares em Ortopedia, Reumatologia Pediátrica e laboratório.
Como ainda não há subespecialização em Reumatologia, é comum que muitos médicos escolham a carreira acadêmica, buscando aprofundar os conhecimentos nas doenças reumatológicas na pós-graduação, no mestrado e no doutorado.
Doenças e lesões que afetam o sistema musculoesquelético recebem atenção desse especialista. Os tratamentos da Ortopedia são destinados para pessoas que apresentam problemas congênitos, como malformações, lesões relacionadas ao trauma, fraturas e as mais diversas disfunções no aparelho locomotor.
Diferentemente dos reumatologistas, os ortopedistas podem ser especializados em partes específicas do corpo: há aqueles que cuidam das mãos e do punho, por exemplo, tratam problemas como dedo em gatilho, síndrome do canal cárpico e dedo em botoeira, além de fraturas, artrose, tendinites e outros.
As enfermidades mais usuais nos consultórios dos médicos ortopedistas são: lombalgia, hérnia de disco, artrose em idosos, bursite, lesões dos meniscos e ruptura de ligamentos nos praticantes de esportes, fratura do colo femoral, entorses, “joanete”, síndrome do túnel do carpo, fasceíte plantar e outras.
Também é muito comum que o profissional de Ortopedia atue em conjunto com outros, como o fisioterapeuta, para garantir melhores resultados, potencializar ações e proporcionar um tratamento mais completo.
O mercado de trabalho para o especialista em Ortopedia e Traumatologia é amplo e está em grande expansão, principalmente por conta do envelhecimento populacional e do aumento expressivo das práticas esportivas por pessoas de todas as idades que buscam mais qualidade de vida e saúde.
Esse público busca com frequência os consultórios e as clínicas especializadas em Ortopedia e Traumatologia para cuidar de lesões ou buscar acompanhamento de acordo com o quadro clínico.
Além disso, o grande número de acidentes automobilísticos nas rodovias e nos centros urbanos tornam o papel do ortopedista essencial nas emergências e nos prontos-socorros dos hospitais públicos e particulares.
Se você quer saber sobre o retorno financeiro dessa especialidade, de acordo com o site vagas.com.br, a média salarial para Ortopedista no Brasil é de R$ 7.955,00.
A residência em Ortopedia e Traumatologia é de acesso direto, ou seja, não há a necessidade de conclusão de nenhuma outra residência anteriormente. Ela dura três anos, nos quais o treinamento em serviço é a tônica da especialização.
São muitas possibilidades de subespecialização: coluna vertebral, ombro e cotovelo, mão, quadril, joelho, tornozelo e pé, pediátrico, trauma, onco-ortopedia, osteo-metabólica, além de haver a possibilidade de atender a crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos de ambos os sexos.
Embora seja possível reumatologista ou ortopedista tratarem certos tipos de problema em comum, como a artrose, essas duas especialidades médicas possuem diferenças. Se você quer aprender mais sobre outras especialidades médicas, acompanhe outros conteúdos do nosso blog.
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Carioca da gema, nasceu em 93 e formou-se Pediatra pela UFRJ em 2019. No mesmo ano, prestou novo concurso de Residência Médica e foi aprovada em Neurologia no HCFMUSP, porém, não ingressou. Acredita firmemente que a vida não tem só um caminho certo e, por isso, desde então trabalha com suas duas grandes paixões: o ensino e a medicina. Siga no Instagram: @jodamedway
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