Fala, galera! Tudo certo? Hoje vamos falar de um tema que é muito comum na prática médica, e que com certeza vocês presenciarão muitas vezes no pronto-socorro: a celulite bacteriana.
E, na prova, é um tema que, geralmente, cai por meio de um diagnóstico diferencial com a erisipela, o qual pode ser conferido nesse post aqui.
Bom, mas vamos lá…
Tanto na celulite quanto na erisipela existem os clássicos sinais flogísticos: edema, eritema e aumento de temperatura local. Ambas são geralmente unilaterais e em extremidades. Além disso, os pacientes, em geral, queixam-se de bastante dor no local.
Sinais sistêmicos como febre e prostração podem ocorrer. Na celulite, eles geralmente demoram mais para aparecer do que na erisipela.
Primeiro, podemos falar do grau de acometimento: a celulite acomete a derme profunda e o tecido celular subcutâneo. Isso fica bem claro nesta figura aqui embaixo.
Deem uma olhada também no abscesso, em que a principal diferença é a presença de pus!
Outras características que podem ser observadas no exame físico são:
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Eles são bastante inespecíficos: aumento de VHS, PCR e leucocitose (que podem aumentar em qualquer estado inflamatório, não é mesmo?).
Parecem doenças “tranquilas”, mas não se enganem, pois podem ter complicações graves, como:
Com tudo isso, o diagnóstico acaba sendo clínico. Mas existem alguns casos em que é relevante coletar cultura do local, além de hemoculturas (que são positivas em menos de 10% dos casos).
São os seguintes casos:
Geralmente, não. Porém, nos casos que citamos acima, por terem maior potencial de complicações, podemos solicitar alguma imagem. Por exemplo: a ultrassonografia para avaliar a extensão do acometimento. Mas também não é regra!
Os mesmos que valem não só à celulite, mas a outras infecções de pele, como abscessos também. São eles:
Quando existem fatores de risco, é possível afirmar que a parcela da população que será mais acometida é composta pelos idosos.
Os agentes etiológicos são os Streptococcus beta-hemolíticos, em geral, sobretudo os do grupo A e, dentre eles, o Streptococcus pyogenes.
Lembrem-se de que, aqui na celulite, o Staphylococcus aureus é frequente, mas não é o mais comum! Ele vai ser o mais comum em casos de abscessos cutâneos.
Por fim, em menor porcentagem, aparecem os bacilos Gram-negativos.
Existem, também, outros agentes, mas bem mais incomuns:
A Pseudomonas aeruginosa é usual quando há celulite após um trauma penetrante. Já a Pasteurella multocida é dada quando ocorre a mordedura de cães.
Em primeiro lugar, podemos dizer que a duração do tratamento é mais prolongada, levando de 10 a 14 dias. Além disso, em casos leves e/ou moderados, o tratamento pode ser ambulatorial, podendo-se utilizar os seguintes antibióticos:
Os casos graves, por sua vez, requerem a internação e antibioticoterapia endovenosa. Então, podemos usar algum desses como exemplo:
É fundamental tomar cuidado, pois, nessas situações, teremos que pensar em Staphylococcus aureus resistentes à meticilina (MRSA). No entanto, nem sempre esses pacientes precisam ser internados: tudo vai depender do perfil de sensibilidade e da gravidade.
E tem como tratar o S. aureus MRSA em casa? Tem, sim!
Podemos usar clindamicina, sulfametoxazol + trimetoprima ou até doxiciclina. Mas, se forem casos mais graves, é preciso internação para fazer vancomicina ou linezolida por via endovenosa.
Nesse caso, podemos fazer profilaxia com uso contínuo dos antibióticos. A posologia, então, fica mais fácil.
Se as infecções recorrentes forem por Estafilococos, podemos usar clindamicina 150 mg VO 1 vez ao dia, ou Bactrim 800/160mg de 12 em 12 horas.
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REFERÊNCIAS
Nascida em Ourinhos, interior de São Paulo em 1992. Formada em medicina em 2018, pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Residência em Clínica Médica na Universidade Estadual de Campinas.