Pessoal, sem stress, né? Vamos entender de uma vez por todas o que é essa síndrome da cauda equina que, apesar de incomum, aparece constantemente nas provas?
A síndrome da cauda equina corresponde a um conjunto de sinais e sintomas secundários à compressão das raízes nervosas lombares, sacrais e coccígeas distais ao cone medular (altura das vértebras L1/L2).
É uma condição incomum. Estudos epidemiológicos apontam uma incidência de 1 x 100.000 indivíduos. Entretanto, uma vez que a síndrome da cauda equina é estabelecida e não detectada/tratada, pode gerar sequelas de altos custos ao paciente e a saúde pública.
A patogênese ainda não está bem esclarecida. Há 2 principais teorias: mecânica e vascular.
A mecânica explica que a própria compressão mecânica das raízes da cauda equina induzem aos sintomas; a vascular postula que a compressão pode gerar uma isquemia das raízes nervosas e, portanto, secundariamente a essa condição vascular, os sintomas neurológicos apareceriam.
Outros: infecções, espondilite anquilosante, estenoses do canal, pós manipulação cirúrgica, pós anestesia espinhal, ferimentos por arma de fogo.
Vejam um exemplo de hérnia discal causando uma síndrome da cauda equina aguda:
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Voltando ao nosso tema, o quadro clínico característico da patologia é: dor lombar intensa frequentemente acompanhada de ciatalgia, anestesia em sela, disfunção esfincteriana e sexual e fraqueza de membros inferiores.
Incontinência urinária + anestesia em sela + paresia de membros inferiores? Lembrar da síndrome da cauda equina!
Há três apresentações clássicas da síndrome da cauda equina:
1) Evolução aguda do quadro, sem sintomas precedentes
2) Disfunção vesical aguda com história prévia de dor lombar com ou sem ciatalgia
3) Dor lombar e ciatalgia crônica com piora gradual da dor acompanhada com disfunção vesical e intestinal.
A síndrome da cauda equina pode ser classificada como incompleta e completa. No primeiro caso, a incompleta, os pacientes apresentam dificuldade miccional, perda da habilidade de micção e diminuição da sensibilidade vesical, o que denota uma perda parcial da função miccional. No segundo caso, a completa, o paciente apresenta retenção urinária completa, incontinência por transbordamento, ausência do controle vesical e “anestesia em sela” com perda total da sensibilidade.
A incompleta ocorre em 30-50% dos casos, enquanto a completa em 50-70%.
E o diagnóstico, pessoal? Como fazê-lo? O diagnóstico é baseado na associação do quadro clínico com exames de imagem sugestivos da lesão.
A Ressonância Magnética (RM) é o método diagnóstico mais empregado para investigação do paciente com suspeita de síndrome da cauda equina. Ademais, esta é fundamental para excluir outros diagnósticos diferenciais como radiculopatia isolada ou transtornos funcionais e psicossomáticos que mimetizam.
Nos casos em que há contra-indicação à realização de RM, a mielografia por tomografia computadorizada para confirmação diagnóstica deve ser realizada. Este exame, em relação à RM, apresenta a desvantagem de ser invasivo, devido à necessidade de punção lombar, e utilizar contraste subaracnóideo.
A síndrome da cauda equina aguda é uma urgência. A descompressão cirúrgica de urgência, ainda que o tempo limite exato para a cirurgia seja debatido por diferentes autores, continua sendo o tratamento mais eficaz. Esta é a única maneira segura de impedir a progressão da lesão e seus déficits permanentes.
O tempo limite para a realização da descompressão é ainda questão de debate entre os autores. No entanto, é consenso que o prognóstico seja mais favorável quando a cirurgia é realizada dentro do intervalo de 48 horas desde o início dos sintomas.
A grande questão para o atraso é que o sistema público de saúde ainda sofre com baixa disponibilidade de recursos diagnósticos complementares nos serviços de atendimento primário de saúde. Soma-se a isso o baixo nível socioeconômico de diversos pacientes, o que eventualmente retarda a busca por ajuda médica.
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Nascido em 1993, em Maringá, se formou em Medicina pela UEM (Universidade Estadual de Maringá). Residência em Medicina de Emergência pelo Hospital Israelita Albert Einstein.