Fala, galera. Tudo bem com vocês? Seguindo os temas cirúrgicos aqui no blog, hoje vamos falar sobre os sintomas da doença ulcerosa péptica (DUP). O objetivo é que, até o final da leitura, vocês saibam como reconhecer essa patologia no departamento de emergência.
Os pacientes com DUP, em sua maioria, são assintomáticos e só irão procurar o serviço de atendimento diante de alguma complicação ou quando se tornarem sintomáticos.
É importante aliar a história clínica, em especial o consumo de anti-inflamatórios não esteróidais ou história de infecção por Helicobacter pylori (H. pylori), com as queixas do paciente. Outras causas raras incluem gastrinoma, infecções virais ou idiopáticas.
Um erro comum é achar que as úlceras pépticas estão estritamente relacionadas à produção exacerbada de ácido clorídrico.
Para classificá-las, utilizamos a classificação de Johnson, em que nos tipos 1 e 4, elas ocorrem na presença de hipocloridria; nos tipos 2 e 3, com hipercloridria; em relação ao tipo 5, são as úlceras múltiplas, geralmente relacionadas à ingestão de AINES.
Tipo 1 Na pequena curvatura baixa, em hipocloridria (mais comum) |
Tipo 2 No corpo gástrico, associada a úlcera duodenal, em hipercloridria |
Tipo 3 Pré pilórica, em hipercloridria |
Tipo 4 Na pequena curvatura alta, em hipocloridria |
Tipo 5 Úlceras múltiplas, associadas a AINES |
Além do H. pylori e uso de AINES, alguns fatores de risco podem ser destacados como tabagismo, álcool, fatores genéticos (grupos sanguíneos O e A), dentre outros.
Diante dos pacientes sintomáticos, alguns sintomas pode alertar para a presença de DUP, dentre eles:
Por ser uma patologia em sua grande maioria assintomática, a evolução silenciosa pode ser refletida em complicações futuras.
A hemorragia digestiva alta é a complicação mais comum da úlcera péptica. Os pacientes com esse quadro podem apresentar, principalmente, hematêmese e melena, sendo importante manter monitorizado, em jejum, com inibidor de bomba de prótons, com Hb de controle e endoscopia digestiva alta para melhor investigação.
Outra complicação é a obstrução da saída gástrica pela presença de úlceras no canal pilórico ou duodeno, manifestando-se por meio de saciedade precoce, indigestão, anorexia, náuseas/vômitos, dor epigástrica e perda de peso.
A perfuração também pode ocorrer e deve ser suspeitada em pacientes que desenvolvem, de forma repentina, dor abdominal intensa e difusa, associada à taquicardia e rigidez abdominal.
Esperamos ter esclarecido as dúvidas em torno dos sintomas da síndrome ulcerosa péptica. Aqui, no nosso blog, disponibilizamos uma série de conteúdos sobre Medicina de Emergência e residência médica para contribuir com sua preparação.
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Matheus Carvalho Silva, nascido em 1993, em Coronel Fabriciano (MG), se formou em Medicina pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Residência em Cirurgia Geral na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM).