Sintomas da doença ulcerosa péptica: tudo que você deve saber

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Fala, galera. Tudo bem com vocês? Seguindo os temas cirúrgicos aqui no blog, hoje vamos falar sobre os sintomas da doença ulcerosa péptica (DUP). O objetivo é que, até o final da leitura, vocês saibam como reconhecer essa patologia no departamento de emergência. 

Os pacientes com DUP, em sua maioria, são assintomáticos e só irão procurar o serviço de atendimento diante de alguma complicação ou quando se tornarem sintomáticos. 

É importante aliar a história clínica, em especial o consumo de anti-inflamatórios não esteróidais ou história de infecção por Helicobacter pylori (H. pylori), com as queixas do paciente. Outras causas raras incluem gastrinoma, infecções virais ou idiopáticas.

Classificação das úlceras pépticas

Um erro comum é achar que as úlceras pépticas estão estritamente relacionadas à produção exacerbada de ácido clorídrico. 

Para classificá-las, utilizamos a classificação de Johnson, em que nos tipos 1 e 4, elas ocorrem na presença de hipocloridria; nos tipos 2 e 3, com hipercloridria; em relação ao tipo 5, são as úlceras múltiplas, geralmente relacionadas à ingestão de AINES.

Figura 1: Tipos de úlceras gástricas. Disponível em: Matheus Jb, Silen w. Operations for peptic ulcer disease and rearly operative complications. In: Sleisenger MH, Fordtran JS, eds. Gastroinstinal disease. Philadelphia Sauders. Disponível: https://pbs.twimg.com/media/Eg2_YrHWsAAytJF?format=jpg&name=large.(sintomas da doença ulcerososa péptica)
Figura 1: Tipos de úlceras gástricas. Disponível em: Matheus Jb, Silen w. Operations for peptic ulcer disease and rearly operative complications. In: Sleisenger MH, Fordtran JS, eds. Gastroinstinal disease. Philadelphia Sauders. Disponível AQUI
Tipo 1 Na pequena curvatura baixa, em hipocloridria (mais comum)
Tipo 2 No corpo gástrico, associada a úlcera duodenal, em hipercloridria
Tipo 3 Pré pilórica, em hipercloridria
Tipo 4 Na pequena curvatura alta, em hipocloridria
Tipo 5 Úlceras múltiplas, associadas a AINES

Como suspeitar da doença ulcerosa péptica?

Além do H. pylori  e uso de AINES, alguns fatores de risco podem ser destacados como tabagismo, álcool, fatores genéticos (grupos sanguíneos O e A), dentre outros. 

Diante dos pacientes sintomáticos, alguns sintomas pode alertar para a presença de DUP, dentre eles:

  • epigastralgia, classicamente duas a cinco horas após uma refeição e à noite (quando o padrão circadiana de secreção ácida é máximo);
  • refluxo gastroesofágico pode coexistir, mas pode ou não estar relacionado;
  • distensão abdominal, plenitude, náusea e saciedade precoce em menor escala.

Por ser uma patologia em sua grande maioria assintomática, a evolução silenciosa pode ser refletida em complicações futuras.

Quais são as complicações?

A hemorragia digestiva alta é a complicação mais comum da úlcera péptica. Os pacientes com esse quadro podem apresentar, principalmente, hematêmese e melena, sendo importante manter monitorizado, em jejum, com inibidor de bomba de prótons, com Hb de controle  e endoscopia digestiva alta para melhor investigação.

Outra complicação é a obstrução da saída gástrica pela presença de úlceras no canal pilórico ou duodeno, manifestando-se por meio de saciedade precoce, indigestão, anorexia, náuseas/vômitos, dor epigástrica e perda de peso.

A perfuração também pode ocorrer e deve ser suspeitada em pacientes que desenvolvem, de forma repentina, dor abdominal intensa e difusa, associada à taquicardia e rigidez abdominal.

Pronto, agora você já sabe mais sobre os sintomas da doença ulcerosa péptica!

Esperamos ter esclarecido as dúvidas em torno dos sintomas da síndrome ulcerosa péptica. Aqui, no nosso blog, disponibilizamos uma série de conteúdos sobre Medicina de Emergência e residência médica para contribuir com sua preparação.

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Referências

  1. Peptic ulcer disease: Clinical manifestations and diagnosis. Nimish B Vakil. Disponível em AQUI;
  2. Ashley H Vernon. Surgical management of peptic ulcer disease. Disponível em AQUI.

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MatheusCarvalho Silva

Matheus Carvalho Silva

Matheus Carvalho Silva, nascido em 1993, em Coronel Fabriciano (MG), se formou em Medicina pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Residência em Cirurgia Geral na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM).