Fala, galera! Voltamos hoje a descomplicar o eletrocardiograma, e o assunto do dia será a sobrecarga atrial direita. Vamos entender quais são suas causas e como identificá-la no eletrocardiograma.
E aí, bora lá?
As doenças cardíacas mais frequentemente associadas a aumento do átrio direito são doenças cardíacas congênitas, doenças pulmonares e doenças valvares cardíacas envolvendo as câmaras direitas.
As principais patologias são:
As alterações de ECG consideradas sugestivas de hipertrofia do átrio direito se correlacionam mal com os achados clínicos e anatômicos.
Como falamos no post anterior, em condições normais, a onda P possui duração de 80 a 120 ms e amplitude de até 2,5mm em DII.
A sobrecarga atrial esquerda está relacionada com a duração da onda P, que será maior que 120 ms. A sobrecarga atrial direita, por sua vez, estará relacionada a sua amplitude, sendo maior que 2,5mm.
As forças atriais direitas são responsáveis por apenas a parte inicial da onda P, logo, qualquer aumento na duração da ativação do átrio direito geralmente não prolonga a duração total da onda P.
Os principais critérios utilizados para sobrecarga atrial direita são:
É importante salientar que esses critérios não são muito específicos ou sensíveis, podendo ser encontrados em pacientes com átrio direito normal. Além disso, nem sempre estarão presentes na dilatação do átrio direito. Melhores critérios podem ser derivados do complexo QRS, os quais podemos chamar de critérios indiretos para sobrecarga atrial direita.
Importante! Na prática, a maioria dos casos de aumento do átrio direito está associados com hipertrofia ventricular, e isso pode se refletir no eletrocardiograma.
Sobre a sobrecarga atrial direita, é isso! Se você quiser conferir mais conteúdos de Medicina de Emergência, dê uma passada na Academia Medway. Por lá, disponibilizamos diversos e-books e minicursos completamente gratuitos!.
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Formação em Medicina na Universidade Nove de Julho pelo FIES. Pesquisa no Instituto do Coração de São Paulo da Faculdade de Medicina da USP.