Você já imaginou como a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) foi criada e o que motivou a fundação? Tudo começou em 1975 com o projeto de um sistema de saúde comunitária, no Centro de Saúde Murialdo, em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul.
Aos poucos, o projeto se espalhou pelo país, e diversas atividades voltadas à atenção básica em saúde foram desenvolvidas, como a criação de especializações, cursos de curta duração, polos de capacitação, congressos e encontros.
Isso motivou a criação da SBMFC em 1981. Em 2001, a entidade nacional já congregava diversos médicos: aqueles que atuavam em postos de saúde, em outros serviços de atenção primária em saúde, como os do Programa de Saúde da Família (PSF), e os que prestavam atendimento médico geral e integral às famílias e às comunidades.
De acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade congrega pouco mais de 7.000 médicos associados em 17 associações espalhadas pelo Brasil. O número de especialistas cresceu 30% nos últimos 2 anos e 171% na última década.
Isso comprova a importância desses profissionais. Além de proporcionarem atenção integral e continuada a todo indivíduo que solicite assistência médica, eles podem mobilizar outros profissionais da saúde, priorizando o contexto da família e da comunidade ao qual fazem parte.
Os especialistas dessa área proporcionam atenção primária com foco na realidade do paciente, de acordo com a situação cultural, socioeconômica e psicológica. Eles contribuem para as demandas do Sistema Único de Saúde (SUS) por serem generalistas, que também podem direcionar os pacientes da maneira mais eficaz e adequada.
Além disso, a área de Medicina de Família e Comunidade prima pelo atendimento integral das pessoas, das famílias e da comunidade, não apenas por meio de ações curativas, mas incluindo competências preventivas e terapêuticas.
A missão da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade é fortalecer o trabalho de todos os profissionais de saúde que desenvolvem atividades de assistência, ensino e pesquisa no campo da atenção primária à saúde.
Fazer parte da entidade contribui para o reconhecimento da atividade do profissional atuante na área e para a melhoria das condições de trabalho. Além disso, a SBMFC ajuda na conquista de incrementos para os serviços de saúde no Brasil e na qualidade de assistência prestada à população brasileira.
A associação ainda mantém publicações na Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, que discute temas relevantes à especialidade. Alguns exemplos são: estratégias de saúde da família e vigilância em saúde, relação médico-paciente e organização da atenção primária à saúde em pandemias.
Para associar-se à SBMFC, é necessário preencher os formulários e enviar os documentos solicitados no site da instituição. O pagamento da taxa de anuidade pode ser feito semestral ou anualmente, variando de acordo com a classificação do médico (formado ou residente). Os estudantes são isentos de contribuição.
Uma vez associado, o médico tem acesso a: formação continuada, eventos, simpósios, congressos, treinamentos de atualização, cursos à distância e presenciais com descontos ou gratuitos, proporcionados pela entidade ou por parceiros. Outro benefício é o desconto na prova de título de especialista da área.
Todas as informações para a obtenção do título de especialista na Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade em convênio com a Associação Médica Brasileira (AMB) estão no site da entidade. É importante verificá-las para entender os pré-requisitos e os procedimentos, desde o preenchimento da inscrição.
Além disso, no site da instituição, há explicações detalhadas sobre o envio dos documentos exigidos para o título de especialista em Medicina de Família e Comunidade (TEMFC). Vale lembrar que, para isso, o médico já deve ter finalizado a residência na especialidade.
O título é de extrema importância, pois, conforme o Art. 4º da Resolução do CFM Nº 1634 de 2002, “o médico só pode declarar vinculação com especialidade ou área de atuação quando possuidor do título ou do certificado a ele correspondente, devidamente registrado no Conselho Regional de Medicina”.
Portanto, após concluir a residência e estar com o certificado em mãos, o médico pode receber a titulação de especialista. Basta realizar a prova anual, que aconteceu no formato on-line na última edição, mas pode sofrer alterações.
Para obter o título de especialista pela SBMFC, o médico precisa concluir a residência em Medicina de Família e Comunidade. Ela tem duração de dois anos e é de acesso direto, ou seja, não exige outra anteriormente. Basta realizar o processo seletivo escolhido e ser aprovado na etapa inicial.
Assim como nas demais áreas, os processos seletivos variam de acordo com a instituição escolhida. Cada uma pode apresentar formatos de provas diferentes, mas, no geral, se estruturam em uma etapa teórica e outra prática, com uma avaliação do currículo.
Durante os dois anos de estudo, os residentes têm contato direto com o dia a dia de um profissional atuante e a supervisão de médicos experientes. Assim, aprendem diariamente durante os atendimentos, os estágios e os plantões.
Atualmente, a especialidade abarca 13% do total das vagas de residência oferecidas em instituições de todo o país. Segundo os dados do estudo Demografia Médica no Brasil 2020, o número de mulheres que ingressaram nessa especialidade cresce a cada ano, motivado pela melhoria das políticas públicas na saúde coletiva e da conscientização da população em geral.
Gostou de saber mais sobre a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade? Então, continue lendo os conteúdos do nosso blog para conhecer o dia a dia do especialista na área. Agora, se quer se preparar para a residência, conte com os nossos cursos! Essa é a ajuda que você precisa para sua aprovação!
Capixaba, nascido em 90. Graduado pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e com formação em Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP) e Administração em Saúde pelo Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). Apaixonado por aprender e ensinar. Siga no Instagram: @joaovitorsfernando