Afinal, existe um “tarde demais” para começar a estudar para a residência médica? Essa foi a dúvida que eu tive quando, em junho de 2019, resolvi que iria prestar provas de residência no final do ano. E é a dúvida que passa na cabeça da maioria das pessoas – seja porque você não alcançou o pique que gostaria até agora, porque resolveu esperar o ano “começar” (e todos sabemos que ele só começa depois do carnaval), ou até mais além, porque você não foi o aluno #1 durante a graduação.
Mas antes, uma dica rápida! As provas de residência médica já estão chegando e, nessa hora, a correria e a tensão começam a dar uma bagunçada na nossa cabeça. Então, se você quer ter um lugar onde algumas das informações das principais instituições do Brasil estarão disponíveis a qualquer momento, clique AQUI e conheça o nosso guia de cobertura das provas. Lá, você vai ter acesso às datas, dicas, apostas e correções de várias das residências que você deseja prestar neste ano. Então, não perca tempo e acesse o seu guia completo.
Agora, bora lá!
A verdade é que cada pessoa estuda de uma forma para as provas no fim do ano. E eu vou aproveitar e contar um pouco da minha história para você. Me graduei no final de 2016 como médica e em março de 2019 como pediatra. É isso aí: eu resolvi, em junho de 2019, estudar para a residência médica pela segunda vez e prestar outra especialidade. Por não estar 100% satisfeita com a primeira residência que fiz. Ou seja, após 3 anos sem ver nada de Cirurgia, Ginecologia, Obstetrícia ou Preventiva (e pouco de Clínica Médica), eu resolvi que em 2020 estaria cursando uma residência de Neurologia. Eu tive 5 meses para me preparar.
E eu consegui.
Nessa hora, você pode me olhar com uma cara de desconfiado e pensar em algumas objeções. 1) “Ah, mas passar em qualquer residência ruim, todo mundo consegue”. 2) “Ah, mas em Pediatria você se garantia”. 3) “Ah, mas você já tinha estudado para a residência médica antes”. 4) “Aaaah, mas você é uma gênia”.
Eu não estaria aqui contando a minha história se eu não tivesse feito o que eu acho que qualquer pessoa consegue fazer, desde que respeitadas algumas condições. Deixa eu tentar te convencer um pouco mais, meu caro amigo desconfiado.
Espero que eu tenha te convencido que eu sou uma pessoa normal, que gosta de assistir séries, beber uma cerveja e encontrar com os amigos, assim como você.
Dito isto, vamos ao que realmente importa. Como eu consegui esse feito? Vou enumerar o que eu considero fundamental que qualquer pessoa faça na hora de estudar para a residência médica da maneira adequada.
Ninguém vai querer dedicar um grau absurdo de esforço e privações se não quiser de fato chegar no objetivo final. E tudo bem, às vezes a gente fica cansado, em dúvida, mas isso não pode ser todo dia. Se você não sente que o seu objetivo vale o esforço todo, talvez você deva repensar suas escolhas e correr atrás de novos caminhos.
Ok, você está extremamente motivado a conseguir a sua vaga de residência médica, às vezes até traçou que seu objetivo é uma das instituições mais concorridas. E isso é ótimo! Mas você precisa direcionar todo o seu foco naquilo. Portanto não divida seu foco com mil plantões, quinze projetos pessoais e trinta e dois hobbies. Não vai dar certo.
Você vai ter que estudar para a residência médica. E muito. Eu comecei a estudar, de fato, só em julho. E isso demandou muito do meu tempo: estudava, em média, 8h líquidas/dia, o que me custava várias horas sentadas na cadeira, isolada em meu quarto. Portanto, você terá que abrir mão de algumas coisas das quais você gosta muito. Relembre os dois primeiros itens se isso acontecer.
Aqui é o “X” da questão. Se você começou a estudar no início do ano, já reparou que não dá tempo de estudar toda a medicina em um só ano (talvez não dê numa vida inteira). Quem dirá se você começou a estudar no meio dele! Então, não tente estudar todas as apostilas, todos os temas. Tire um tempo para entender o que a instituição que você mais quer cobra com maior frequência. Priorize as grandes áreas certas – otimize as que você já é bom, mas principalmente, fique bom nas que você perde muitos pontos. Não pode errar ponto fácil na prova. E não cometa o erro comum de só estudar o que você gosta ou tem afinidade.
Esse ponto é importante e às vezes as pessoas não o valorizam como deveriam. Aqui entra tanto trabalhar sua inteligência emocional, quanto tirar um tempo para relaxar. Não adianta nada você ser brilhante e surtar na hora da prova.
Uma última dica que eu quero dar para quem está estudando para a residência é: se você também estiver pensando em prestar processos nas instituições que tenham prova prática, é para você se preparar adequadamente para a segunda fase. Eu era a décima colocada ao final da primeira fase e subi à primeira posição graças a minha nota na prova prática.
O processo não é nenhum bicho de sete cabeças. Basta saber como estudar para a residência médica da maneira certa!
Se mesmo com essas dicas, você ainda sente que está empacado, talvez precise avaliar se são os seus bloqueios mentais te impedindo seu desempenho de deslanchar. Se você nem sabe do que eu estou falando, sugiro ler o nosso e-book gratuito Os 15 bloqueios que te impedem de ser aprovado na residência. Lá você vai conhecer mais sobre eles e como enfrentá-los no seu dia a dia!
Aproveita e dá uma olhada aqui nesse vídeo em que o Alê dá algumas dicas para quem ainda não estudou nada para as provas.
Beijo grande!
Carioca da gema, nasceu em 93 e formou-se Pediatra pela UFRJ em 2019. No mesmo ano, prestou novo concurso de Residência Médica e foi aprovada em Neurologia no HCFMUSP, porém, não ingressou. Acredita firmemente que a vida não tem só um caminho certo e, por isso, desde então trabalha com suas duas grandes paixões: o ensino e a medicina. Siga no Instagram: @jodamedway