Saiba mais sobre o tratamento da Doença Ulcerosa Péptica (DUP)

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Fala, galera. Tudo bem com vocês? Seguindo os temas cirúrgicos aqui no blog, hoje vamos falar sobre o tratamento da doença ulcerosa péptica (DUP).

O objetivo é que, até o final da leitura, você saiba como tratar essa patologia com segurança. Ficou animado? Então, continue a leitura com a gente! 

Abordagem inicial 

Primeiro, precisamos lembrar que as duas principais causas de DUP são Helicobater pylori  e o uso de AINES. Sendo assim, precisamos focar, inicialmente, em erradicar a bactéria ou descontinuar o uso de AINES. 

A erradicação inclui claritromicina 500 mg e amoxicilina 1 g, ambos de 12/12 horas por 14 dias.

Além disso, todos os pacientes com úlceras pépticas devem receber inibidor de bomba de prótons (IBP) para facilitar a cicatrização da úlcera. A duração da terapia varia de acordo com as características da úlcera, etiologia subjacente e a presença de complicações da úlcera. 

Em úlcera não complicada, o IBP deve ser administrado por 14 dias por via oral. Em caso de DUP complicada, os pacientes devem inicialmente receber IBP endovenoso. Se gástricas, o recomendado é o tratamento de 8 a 12 semanas. Se duodenal, sugere-se 4 a 8 semanas. 

Outros dados importantes consistem em cessar o tabagismo e limitar a ingestão de álcool. 

Quando devo repetir a Endoscopia Digestiva Alta (EDA)?

A EDA deve ser repetida em pacientes selecionados. Em caso de úlceras duodenais, dado o baixo risco de malignidade, não é necessário a repetição do exame de forma rotineira. Ao pensarmos em úlceras gástricas, uma EDA de vigilância sempre deve ser realizada após 8 a 12 semanas.

Outras situações especiais incluem:

  • Sintomas persistentes apesar da terapia médica;
  • Etiologia indefinida;
  • Úlceras > 2 cm;
  • Biópsias não realizadas ou amostra insatisfatória;
  • Úlcera suspeita de malignidade na EDA;
  • Fatores de risco para câncer gástrico (adenoma, displasia, metaplasia intestinal).

O tratamento clínico da doença ulcerosa péptica é suficiente?

Quase sempre, mas em alguns casos, principalmente ao pensarmos em DUP complicada, a cirurgia pode ser necessária. As indicações incluem: sangramento, perfuração, obstrução, doença intratável (indicação cada vez menos comum) ou suspeita de malignidade.

O sangramento é a complicação mais comum e, em sua maioria, pode ser tratada com ressuscitação volêmica e transfusão, terapia de supressão ácida e intervenção endoscópica e/ou angioembolização angiográfica. Para aqueles que falham nesses esforços, a cirurgia pode ser necessária. 

Outra complicação é a perfuração, que deve ser suspeitada em pacientes com história consistente compatível com úlcera péptica que desenvolvem dor abdominal súbita, intensa e difusa. Nesses casos, a cirurgia também deve ser indicada.

A complicação menos frequente é a obstrução gástrica, geralmente associada à úlcera do canal duodenal ou piloro, e seu tratamento quase nunca é uma emergência.

E como se dá o tratamento cirúrgico da doença ulcerosa péptica?

As opções cirúrgicas variam de terapias locais a operações definitivas, o que depende das características da úlcera, presença de complicações, condições clínicas do paciente, dentre outras.

O manejo da úlcera pode incluir desde a ligadura de vasos sangrantes até a colocação e fixação de omento no leito da úlcera (remendo de Graham). 

Outro procedimento é a vagotomia com o objetivo de diminuir a secreção de ácido gástrico, de modo que quando realizada, deve ser acompanhada de piloroplastia ou uma gastrojejunostomia, a fim de facilitar o esvaziamento gástrico. 

Outra opção é a gastrectomia parcial com reconstrução a Billroth I (gastroduodenostomia), Bilrroth II (gastrojejunostomia) ou Y de Roux.

De modo resumido: úlceras gástricas do tipo II e III, quando tratadas cirurgicamente, o procedimento de escolha é a vagotomia troncular com antrectomia; nas úlceras tipo I, antrectomia; nas úlceras tipo IV: gastrectomia subtotal associada à reconstrução.

Figura 3: Antrectomia e vagotomia troncular com anastomose em Billroth I; Vagotomia troncular e piloroplastia..
Figura 3: Antrectomia e vagotomia troncular com anastomose em Billroth I; Vagotomia troncular e piloroplastia..
Figura 3: Antrectomia e vagotomia troncular com anastomose em Billroth I; Vagotomia troncular e piloroplastia.. Disponível em: https://www.hopkinsmedicine.org/gastroenterology_hepatology/_pdfs/esophagus_stomach/peptic_ulcer_disease.pdf.

É isso!

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Referências

  1. Ashley H Vernon, Stephen J Ferzoco, Stanley W Ashley. Surgical management of peptic ulcer disease. Disponível AQUI.
  2. Nimish B Vakil. Peptic ulcer disease: Treatment and secondary prevention. Disponível AQUI.

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MatheusCarvalho Silva

Matheus Carvalho Silva

Matheus Carvalho Silva, nascido em 1993, em Coronel Fabriciano (MG), se formou em Medicina pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Residência em Cirurgia Geral na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM).