Tratamento da obstrução arterial aguda: saiba mais!

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Hoje vamos falar sobre o tratamento da obstrução arterial aguda. Você sabia que essa condição tem como desfechos prováveis altas taxas de perda de membro (10-15%) e de mortalidade (10-25%), quando não manejada adequadamente? Então, bora aprender a tratar! Vamos juntos? 

O tratamento de suporte deve priorizar o controle dos processos patológicos que ameaçam de forma mais rápida a vida, incluindo oxigenação e manutenção de vias aéreas, estabilização hemodinâmica, correção de distúrbios hidreletrolíticos e suporte às funções orgânicas comprometidas. 

Para começar a falar sobre o tratamento da obstrução arterial aguda… 

No paciente com OAA, uma das prioridades é o controle da dor induzida pela isquemia de membro. O paciente vai se beneficiar do uso de medicações analgésicas simples, como dipirona ou paracetamol, porém é comum a necessidade de uso de opioides. 

Evitar o uso de anti-inflamatórios é sempre uma medida importante em pacientes com fatores de risco para injúria renal aguda. Por a dor isquêmica ter componente neuropático, o uso anticonvulsivantes e antidepressivos tricíclicos está indicado.

As técnicas disponíveis para o tratamento dos casos de oclusão arterial aguda são diversas e a escolha da abordagem terapêutica é baseada na clínica, exame físico e exames complementares, que definem a origem etiológica da obstrução e o grau de isquemia do membro afetado. 

Assim, a classificação de Rutherford nos direciona sobre a escolha do procedimento e também sobre o tempo ideal para ser realizado.

Membros que tenham sua integridade ameaçada, mesmo moderadamente (categorias IIa e IIb), devem ser revascularizados em caráter de emergência – até 6 horas; já aqueles que se apresentam viáveis (categoria I), podem ser revascularizados em regime de urgência – 6 a 24 horas. 

Membros que apresentam uma isquemia irreversível – categoria III de Rutherford – a conduta deve ser a amputação primária, acima do local da obstrução.

Podemos dividir então os tipos de tratamento da oclusão arterial aguda em:

  • Conservador: sem interferir no trombo ou êmbolo diretamente. Geralmente indicado nos pacientes graves com fatores de risco, como insuficiência cardíaca congestiva, pós-operatório recente de cirurgia de grande porte ou nos casos onde a isquemia é mínima. 

Nesse caso, o planejamento terapêutico é essencial para o melhor desfecho nesses casos. A avaliação deve incluir: etiologia presumida, local e tamanho da lesão, duração dos sintomas, adequação do paciente à cirurgia e disponibilidade de enxertos. 

A terapia trombolítica é o tratamento de escolha neste grau de severidade da doença. As contra-indicações a terapia trombolítica deve ser sempre consideradas.

  • Intervencionista: nos casos de isquemia moderada. Nessa categoria, pacientes devem ser submetidos à revascularização de emergência. 

O método utilizado (cirurgia aberta ou endovascular) dependerá da localização da oclusão, etiologia, contra-indicações aos procedimentos e prática padrão do hospital. A trombólise pode dissolver o trombo, porém o tempo necessário para tal pode ser longo demais para ser uma alternativa à cirurgia. 

A embolectomia, realizada com auxílio de cateter, alivia a obstrução e restabelece o fluxo sanguíneo para a extremidade. Uma arteriografia pode ser realizada para melhor avaliação do leito vascular durante ou após o procedimento. 

Caso haja formação de pequenos êmbolos, terapia trombolítica intraoperatória pode ser usada. Está indicada terapia de anticoagulação oral subsequente. 

  • Amputação primária: casos onde o membro é inviável. Atrasos no tratamento elevam o risco e agravam possíveis comorbidades. O nível da amputação deve sempre tentar preservar o maior número de articulações. 

A elevada prevalência e morbimortalidade associadas à oclusão arterial aguda tornam indispensável o reconhecimento precoce e a terapia apropriada para minimizar a incapacidade funcional permanente.

Dessa forma, é necessário ter conhecimento das alterações clínicas típicas da patologia e sua classificação, para que a tomada de decisão seja correta, e instituída a conduta terapêutica ideal para cada caso.

Curtiu saber mais sobre o tratamento da obstrução arterial aguda? 

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Referências

Revista de Angiologia e de Cirurgia Vascular – http://sbacvrj.com.br/novo/wp-content/uploads/2018/08/maiojunho2015.pdf 

Oclusão Arterial Aguda , Bortoluzzi et. al https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/05/883880/oclusao-arterial-aguda-final_rev.pdf 

INSUFICIÊNCIA ARTERIAL AGUDA DE MEMBROS INFERIORES 

https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/02/879477/insuficiencia-arterial-aguda-de-membros-inferiores.pdf

Velasco IT, Brandão Neto RA, Souza HP de, Marino LO, Marchini JFM, Alencar JCG de. Medicina de emergência: abordagem prática. 2019 ;

Rosen Medicina de Emergência: Conceitos e Prática Médica. GEN Guanabara Koogan. 2019. 

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AmandaMazetto

Amanda Mazetto

Formação em Medicina na Universidade Nove de Julho pelo FIES. Pesquisa no Instituto do Coração de São Paulo da Faculdade de Medicina da USP.