O quadro clínico de pacientes com sintomas de condições psicológicas pode exigir mais em alguns casos. Porém, após saber o diagnóstico, você sabe como o tratamento para depressão e outros transtornos psicológicos funciona?
Conhecer os sintomas dos transtornos e saber identificá-los são fatores importantes para recomendar as medidas adequadas ao quadro clínico de cada paciente. Pensando nisso, preparamos este conteúdo com diversas informações importantes, como os tipos de tratamento e algumas recomendações.
Um pilar essencial do tratamento para depressão é a psicoterapia, que pode ser de diferentes tipos. As que possuem as melhores respostas são: terapia cognitivo comportamental (TCC) e terapia interpessoal (TIP).
O principal objetivo do tratamento dos transtornos depressivos é promover a remissão dos sintomas e tornar o paciente funcional novamente. No entanto, esses ainda são desafios para os médicos, uma vez que a maioria dos pacientes não os alcança após a primeira tentativa.
No universo do tratamento com medicamentos para depressão, há alguns antidepressivos disponíveis no mercado brasileiro. A escolha vai depender das características do episódio do paciente, o custo-eficácia, a segurança e a dosagem ideal.
Além disso, é preciso levar em conta se o paciente (ou algum familiar próximo) já fez tratamento para depressão e, se sim, obteve sucesso ou ocorreu algum efeito adverso. Entre as opções disponíveis no mercado, há uma classificação de acordo com os mecanismos de ação de cada uma:
Vale lembrar que, em alguns casos, é recomendado o início imediato da medicação junto da psicoterapia. Em outras situações, é possível discutir com o paciente se será necessário introduzir o medicamento ou a psicoterapia será testada em um primeiro momento.
Para entender o que é a ausência de resposta ao tratamento, primeiro, saiba como são as fases dele. A fase aguda ocorre nas primeiras 12 semanas. O objetivo é atingir remissão de, pelo menos, 50% da pontuação em escalas de depressão ou remissão completa dos sintomas.
Já a fase de continuação é dada de quatro a nove meses após o início do tratamento. O objetivo é manter o que foi obtido na primeira fase, evitando recaídas. Se o paciente permanecer sem recaídas, é considerado curado do episódio. A fase de manutenção acontece em até um ano depois.
É possível considerar que a tentativa falhou quando o paciente não apresenta melhora em três meses ou apresenta recaídas entre quatro e nove meses. Caso isso aconteça, siga o fluxograma adaptado de Lam, et al. (2009):
Como o fluxograma mostra, o lítio, o antipsicótico atípico e o hormônio tireoidiano funcionam como potencializadores dos antidepressivos. Entretanto, o hormônio tireoidiano (o T3 – Tri-iodotironina) não costuma ser utilizado no meio.
Ainda há outra metodologia terapêutica, chamada eletroconvulsoterapia (ECT). Ela é um tratamento de primeira linha que pode funcionar em todos os casos. Porém, é especialmente indicada em casos com ideação suicida, sintomas psicóticos, resistência, catatonia, intolerância à medicação, gestação ou preferência do paciente.
Outras metodologias do tratamento para depressão e condições também incluem privação do sono, exercício físico, estimulação transcraniana e procedimentos cirúrgicos.
Nesse ponto, vale lembrar que a ausência de sintomas depressivos não é apenas a presença de sintomas de alegria, felicidade e outras coisas associadas a estados de bem-estar. O retorno da funcionalidade do indivíduo já demonstra uma resposta ao tratamento da depressão e deve ser encarado de forma positiva.
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Bianca Bolonhezi. Nascida em São Paulo/SP em 1996, formou-se em medicina pela Faculdade de Medicina do ABC em 2020. Apaixonada pelo comportamento humano e seus desdobramentos. Uma ávida leitora que, no meio de tantos livros, se encantou pela educação.