Fala, galera! O post de hoje vai te ajudar a entender melhor o que é tromboembolismo pulmonar. Essa doença também pode ser chamada de embolia pulmonar e é uma das principais emergências cardiológicas vistas em sala de emergência.
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Bora?
Em geral, o tromboembolismo pulmonar é a obstrução dos vasos da circulação arterial pulmonar, que pode ser causada por qualquer partícula, seja ela líquida, sólida ou gasosa (trombo, tumor, ar ou gordura), originada em outra parte do corpo. Mas, no nosso dia a dia o que mais vemos é o tromboembolismo pulmonar devido ao tromboembolismo venoso, que tem como base a TVP (trombose venosa profunda).
Como vemos na imagem acima, trombos originados em veias profundas de membros inferiores se deslocam pela veia cava, indo em direção ao coração (primeiro pelo átrio direito e depois ventrículo direito), até chegar na artéria pulmonar e seus ramos.
Galera, acredito que muitos de vocês já ouviram falar na Tríade de Virchow. Pois bem, tem tudo a ver com o tromboembolismo pulmonar. Bora revisar?
Rudolf Virchow, um patologista alemão, propôs que a trombose era o resultado de ao menos um de três fatores etiológicos: lesão endotelial, alterações do fluxo sanguíneo normal (turbulência ou estase venosa) e um estado de hipercoagulabilidade.
Para facilitar seus estudos, fizemos uma tabela com os fatores de risco dessa doença:
FATOR DE RISCO | COMENTÁRIO |
Antecedente de trombose venosa | fator de risco importante, sempre lembrar de perguntar quando for coletar a anamnese |
Idade | risco aumenta a partir dos 50 anos, com aumento progressivo |
Cirurgias prévias | As de maior risco são as abdominais por neoplasia, ortopédica, grande cirurgias vasculares e neurológicas. |
Obesidade | IMC > 35 ( aumenta o risco de 2-3 vezes acima do normal ) |
Tabagismo | Aumenta o risco em pacientes obesos, em uso de ACO e neoplasia |
Neoplasias malignas | Quanto maior a carga tumoral e quanto mais indiferenciado, maior o risco |
Gestação, uso de ACO* e TRH** | 1 a cada 500 gestantes, sendo mais comum no puerpério, em uso de ACO e TRH o risco é maior nos primeiros seis meses. |
Imobilização e viagens prolongadas | Risco aumenta em viagens maiores que seis horas |
Repouso no leito | Maior risco quando maior que três dias |
Trombofilias | Podendo ser adquirida ou hereditária |
As manifestações clínicas no tromboembolismo pulmonar são inespecíficas, assim, variando muito a gravidade do caso. Geralmente vemos um evento súbito, sendo a dispneia o principal sintoma e a taquipneia o principal sinal.
Vamos ver alguns dos sintomas e sinais envolvidos no tromboembolismo pulmonar:
Podemos ver que a lista é imensa e, infelizmente, a “tríade clássica” do tromboembolismo pulmonar (dispneia, dor pleurítica e hemoptise) ocorre na minoria dos casos.
Não? tudo bem, a gente vai explicar sobre isso… Bora lá! O TEP maciço é quando o trombo não permite o fluxo do ventrículo direito para o pulmão, assim, causando um choque obstrutivo e hipotensão.
Então, vamos pensar em pressão sistólica menor que 90, não explicada por outras razões como hipovolemia, sepse, arritmia, tamponamento cardíaco. Nesse caso, o paciente apresenta um altíssimo risco de morte, se não diagnosticado precocemente com tratamento efetivo.
Os exames citados abaixo são solicitados na rotina de avaliação para pacientes com queixas cardiorrespiratórias:
Com certeza, o diagnóstico de tromboembolismo pulmonar é um dos maiores desafios da sala de emergência. Uma vez que os sinais e sintomas são muito inespecíficos.
A primeira coisa a ser feita ao paciente que apresenta manifestações clínicas de tromboembolismo pulmonar ou trombose venosa profunda é determinar qual é a probabilidade clínica pré-teste dele realmente ter tromboembolismo pulmonar.
Aqui vamos falar do escore que faz parte desta investigação que tanto assombra a galera na sala de emergência.
Probabilidade de tromboembolismo pulmonar | Pontos |
Clínica de trombose venosa profunda (dor, edema, eritema em membro inferior) | 3 |
Tromboembolismo pulmonar é o principal diagnóstico | 3 |
Antecedente de tromboembolismo pulmonar ou trombose venosa profunda | 1,5 |
Frequência cardíaca maior que 100 | 1,5 |
Imobilização maior que 3 dias e cirurgia nas últimas 4 semanas | 1,5 |
Hemoptise | 1 |
Neoplasia ativa | 1 |
Bom, agora para simplificar…
Probabilidade baixa? pede D-dímero. Se vier positivo? Angio-TC de tórax. E se vier negativo? Descarto.
Probabilidade alta? Realizo angio-TC de tórax.
Primeiramente, devemos lembrar que o paciente com suspeita de tromboembolismo pulmonar sempre deve ser mantido em sala de emergência, monitorado e supervisionado. Também, deve ser assegurado o suporte hemodinâmico e respiratório, conforme a clínica do paciente.
Bom, pessoal, hoje discutimos um assunto muito importante e que, quando dominado, faz a diferença na sala de emergência. Lembre-se de que raciocínios rápidos e lógicos se destacam e diminuem a mortalidade por tromboembolismo pulmonar.
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Bons estudos e até a próxima!
Nascida em Catanduva, interior de São Paulo. Médica pela faculdade do Oeste Paulista, louca e apaixonada pela Medicina de Emergência e Medicina Humanitária. Residência em Medicina de Emergência no Hospital Alemão Oswaldo Cruz e pós-graduação em Medicina Aeroespacial.