Nós sabemos que a maioria das pessoas já não aguenta mais ler matérias sobre esse vírus. Esta doença tão triste e com impactos tão intensos e negativos em nossa sociedade deixou marcas em todos nós. Mas, neste começo de ano tivemos mais uma boa notícia no combate ao vírus: a vacina bivalente da Pfizer.
O Ministério da Saúde divulgou o cronograma do Programa Nacional de Vacinação para o ano de 2023. Nele está prevista a vacinação, com doses de reforço bivalentes, para os grupos de pessoas com maior risco de desenvolverem formas graves da COVID-19.
“Ah, mas eu não aguento mais tomar vacina contra esta doença”. Pois é, mas a vacinação continua sendo a medida mais eficaz para diminuirmos o número de mortes e de casos graves ocasionados por esta doença. E, por isso, devemos nos empenhar para que o maior número possível de pessoas seja vacinada.
Neste post, nosso objetivo é destrinchar melhor o que é esta nova vacina, como ela funciona, os resultados apresentados por ela e qual a importância de se vacinar.
A vacina bivalente da Pfizer, desenvolvida em colaboração com a empresa de biotecnologia alemã BioNTech, foi autorizada para uso emergencial em mais de 30 países, incluindo os Estados Unidos e países da União Europeia.
No Brasil, a vacina foi aprovada pela Diretoria Colegiada da Anvisa no dia 22/11/2022, com o objetivo de ser uma dose de reforço para a população com pelo menos 12 anos de idade.
Por aqui, a nova vacina pode ser encontrada em duas formas, podendo ser a Bivalente BA1 ou a Bivalente BA4/BA5. É administrada em duas doses, com um intervalo de três semanas entre as doses.
Quanto à logística de armazenamento, a vacina é armazenada em temperaturas ultra baixas de -80°C a -60°C e, após descongelada, pode ser armazenada por até 10 semanas em um refrigerador padrão de 2°C a 8°C.
A vacina bivalente da Pfizer é uma vacina de mRNA, ou seja, ela utiliza uma tecnologia que consiste em inserir um pequeno trecho de código genético do vírus em nossas células, de modo que o nosso organismo possa reconhecê-lo e produzir uma resposta imunológica.
Essa tecnologia é bastante inovadora e tem sido estudada há vários anos para o desenvolvimento de novas vacinas contra diversas doenças.
Uma das grandes vantagens da vacina de mRNA é que ela não utiliza nenhum tipo de vírus vivo ou morto para estimular a resposta imune, o que diminui os riscos de efeitos colaterais ou complicações.
Além disso, essa tecnologia permite uma produção mais rápida e eficiente de vacinas em larga escala, o que é especialmente importante em casos de pandemia como o que estamos vivendo atualmente.
No caso da vacina bivalente da Pfizer, o mRNA utilizado contém as informações necessárias para a produção da proteína spike do vírus SARS-CoV-2, que é a responsável por permitir a entrada do vírus nas células humanas.
Ao ser injetado em nosso organismo, o mRNA é reconhecido pelas células do sistema imune, que passam a produzir uma resposta imune contra essa proteína específica.
Essa resposta imune inclui, por exemplo, a produção de anticorpos, que são proteínas capazes de se ligar à proteína spike do vírus e neutralizá-lo, impedindo a sua entrada nas células.
Além disso, a vacina também estimula a produção de células T, que são responsáveis por reconhecer e destruir células infectadas pelo vírus.
Apesar de serem igualmente eficazes contra a COVID-19, as vacinas bivalentes são diferentes da monovalentes por possuírem em sua composição, além da cepa original, sub variantes da Ômicron.
Lembremos que sub variantes da Ômicron são subtipos do vírus que causa a COVID-19, sendo os principais responsáveis pela última onda de casos que tivemos em território nacional.
Para aqueles que gostam de detalhes mais técnicos, saibam que a vacina bivalente da Pfizer pode proteger contra, além da cepa original, as variantes Ômicron BA.1 ou Ômicron BA.4/BA.5.
E esta nova vacina bivalente realmente funciona?
Muitos estudos estão sendo feitos para analisar as diferenças entre a dose de reforço com vacina monovalente ou com vacina bivalente.
Em uma carta publicada por Dan-Yu Lin e Bradford Wheeler, em Fevereiro de 2023, na revista The New England Journal of Medicine, o reforço com vacinas bivalentes se mostrou 35.9% mais eficaz contra hospitalialização ou óbito por COVID-19, quando comparado ao reforço com doses monovalentes.
Apesar do ótimo resultado, os autores destacam que novos estudos devem ser realizados.
Outro estudo publicado na revista The Lancet, por Sara Tartof, em outubro de 2021, apresentou resultados com alta eficácia da vacina bivalente da Pfizer contra internações até cerca de 6 meses após a vacinação completa.
De acordo com o Ministério da Saúde, estima-se que 52 milhões de brasileiros podem ser vacinados com a vacina bivalente neste primeiro momento. O público alvo será composto por:
Caso pessoas destes grupos não tenham se vacinado ou tenham apenas uma dose, saibam que elas deverão ser vacinadas com a vacina monovalente, buscando completar as duas primeiras doses iniciais.
Além disso, é importante destacar que os grupos prioritários não serão vacinados ao mesmo tempo, existindo datas de início de vacinação diferentes para cada um deles. Por isso, para maiores informações, consulte o site da secretaria municipal de saúde de sua cidade ou procure a unidade básica de saúde da sua região.
De acordo com dados do Vacinômetro COVID-19, até 04/03/2023, cerca de 165 milhões de brasileiros haviam sido vacinados com pelo menos duas doses da vacina contra a COVID-19. Entretanto, muitos habitantes ainda não se vacinaram.
Sendo assim, apesar de ser amplamente difundido, vamos relembrar que tomar a vacina contra COVID-19 é importante por diversas razões:
Além disso, a vacinação é uma responsabilidade cívica e social. Ao tomar a vacina, estamos fazendo nossa parte para ajudar a controlar a pandemia e proteger a saúde de nossa comunidade. A recusa em tomar a vacina pode colocar outras pessoas em risco e prolongar a duração da pandemia.
Por fim, é importante lembrar que as vacinas contra COVID-19 são seguras e eficazes. Elas passaram por rigorosos testes clínicos e foram aprovadas pelas agências regulatórias de saúde em todo o mundo. Tomar a vacina é uma decisão inteligente e responsável que pode ajudar a proteger nossa saúde e a saúde de nossa comunidade.
Pessoal, como vimos, a vacina bivalente da Pfizer terá um impacto bastante positivo no combate contra a COVID-19. A vacinação em massa é a maior promessa para que seja possível retornar à nossa vida pré-pandemia. Por isso, espalhem esta notícia para o maior número de pessoas possível!
Além disso, sabendo da importância das vacinas, não deixem de se atentar para as outras vacinas que devemos tomar anualmente. Esta é uma missão não só do governo federal, mas de toda a população brasileira.
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