Paciente com a barriga grande, distendida. Radiografia bizarra. E dor abdominal. Hoje, aqui no blog, vamos entender o que uma barriga tem a ver com um grão de café. Saiba o que é preciso sobre o volvo de sigmoide!
O volvo é uma condição na qual uma determinada porção do intestino sofre uma torção sobre o seu próprio eixo mesentérico, em geral em regiões onde é longo e pouco fixo. Essa situação resulta em obstrução intestinal parcial ou completa, podendo inclusive ter comprometimento sanguíneo.
A anatomia mesentérica é tal que o volvo é mais comum no cólon sigmoide. A condição ocorre devido à existência de um segmento alongado de intestino acompanhado de um mesentério longo com uma inserção parietal muito estreita.
Essa situação permite que as duas extremidades do segmento móvel se aproximem e girem em torno da base mesentérica estreitada, como ilustrado na imagem abaixo.
O quadro clínico clássico vai ser de uma obstrução intestinal baixa, com importante distensão abdominal. Vômitos são apenas mais tardios. Se o quadro for severo, com comprometimento vascular importante ou sinais de peritonite, o paciente pode se encontrar em estado grave, necessitando de suporte intensivo.
Na história apresentada pelo paciente, alguns fatores de risco podem estar presentes, como episódios prévios de volvo, doença de Chagas ou disfunção colônica importante.
A radiografia de abdome vai ser o exame que nos dá a imagem clássica de volvo de sigmoide – a famosa imagem em grão de café, com o seu ápice no quadrante superior direito e nível hidroaéreo na alça do cólon dilatado. Quase sempre há ausência de ar no reto. Nas imagens abaixo, conseguimos comparar uma obstrução colônica sem torção com um volvo de sigmoide.
O tratamento do volvo do sigmoide começa como qualquer quadro de obstrução intestinal, com jejum, hidratação e descompressão gástrica. Contudo, como nos casos de obstrução colônica com válvula ileocecal competente, a SNG não vai ter muito efeito.
O que necessita ser realizado é a descompressão colonoscópica. Através dessa técnica endoscópica, é possível conseguir a distorção do segmento afetado, ganhando-se tempo para programar o tratamento definitivo: retossigmoidectomia eletiva. Isso é necessário devido à elevada taxa de recorrência, atingindo níveis de 70%.
Para pacientes graves, com sinais de necrose colônica ou nos quais distorção colonoscópica do volvo falhou, o tratamento tradicional é a retossigmoidectomia com o fechamento do reto e colostomia terminal (procedimento de Hartmann).
É isso aí, pessoal! O volvo do sigmoide é aquela condição clássica em que não podemos comer bola nos pronto-socorros da vida.
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Nascido em São Paulo, criado em Belém do Pará. Formado médico pela Universidade do Estado do Pará e Cirurgião Geral pela Escola Paulista de Medicina/Universidade Federal de São Paulo (EPM-UNIFESP). Atualmente, profissional da área médica na assistência e no ensino. Segue apaixonado por administração, economia e finanças. A gente só tem aquilo que a gente aceita ter! Siga no Instagram: @danielhaberfeijo